Brasília Agora
Brasília Agora


DESTAQUE

CPI aprova próximas oitivas com convocação dos generais Heleno e Dutra

4 de abril, 2023

Em reunião técnica nesta terça-feira (4), a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa aprovou o cronograma de oitivas de abril e maio, estabelecendo a […]

CPI aprova próximas oitivas com convocação dos generais Heleno e Dutra
Foto: Carlos Gandra/CLDF

Em reunião técnica nesta terça-feira (4), a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa aprovou o cronograma de oitivas de abril e maio, estabelecendo a convocação de apenas um depoente por dia

Os próximos a depor, nos dias 13 e 19/4 serão, respectivamente, os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Mesquita, acusados de financiarem os atos. A coronel Cíntia de Castro, da Polícia Militar do DF (PMDF), vai depor no dia 27/4 e o general Augusto Heleno, 4/5. O coronel Fábio Vieira, da PMDF, será dia 11; o general Gustavo Dutra de Menezes, ex-comandante do Planalto, dia 18/5; e o militante José Acácio Xavante, dia 25/5.

Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

O relator, deputado Hermeto (MDB), sugeriu a prorrogação do prazo da CPI, que inicialmente é de 180 dias, argumentando que “não tem condições” de ouvir mais de um depoente por dia. Ele também defendeu avaliação criteriosa dos requerimentos de quebra de sigilo telefônico e bancário. A deputada Jaqueline Silva (sem partido) concordou com a proposta de apenas uma oitiva por dia e defendeu a convocação prioritária de militares.

O deputado Joaquim Roriz Neto (PL) apoiou as falas anteriores, sugerindo um estudo interno para definição de outras convocações: “Chamar pessoas para serem intimadas numa CPI, ao meu ver, quebra a presunção da inocência”.

O presidente da Comissão, Chico Vigilante (PT), ressaltou a relevância das próximas oitivas: “São empresários do ramo do comércio financiadores dos atos antidemocráticos. Nós temos provas do financiamento. Fui eu que propus que nós convocássemos eles e eles terão de vir explicar”.

Para o distrital, “houve um golpe”, “no mesmo modus operandi” do que ocorreu na Bolívia e no Capitólio, nos Estados Unidos, e que foi planejado com envolvimento do alto comando da PMDF. “Estamos todos imbuídos de um único objetivo: a sustentação da democracia e apurar esses fatos para que nunca mais eles se repitam no DF e no Brasil”.

Cortina de fumaça

O deputado Fábio Felix (Psol) pediu cuidado para que não haja “cortina de fumaça” na apuração, quando se acusa o Governo Federal, “que só tinha oito dias”.

O deputado Pastor Daniel de Castro (PP) rebateu as críticas, afirmando que “não pode ter cortina de fumaça de nenhum lado”. De acordo com ele, o ministro da Justiça, Flávio Dino, tinha conhecimento dos riscos dos atos.

Fábio Felix argumentou que não se pode “culpabilizar a vítima”, refutando “isonomia” na avaliação dos envolvidos. “Por mais que haja responsabilidades compartilhadas, há a campo político que foi a vítima de uma tentativa de golpe, e há o campo político que formulou uma tentativa de golpe a democracia brasileira”, afirmou.

Mario Espinheira – Agência CLDF