Fruto do seu sucesso dentro e fora de campo, Neymar desperta uma montanha russa de emoções nos amantes do futebol. Desde que retornou ao Santos no fim de janeiro, o jogador de 33 anos tomou conta dos assuntos mais falados nas redes sociais, o que chegou a dividir o coração de torcedor entre a idolatria na infância e a paixão pelo próprio time. Celebrado até mesmo por rivais, o craque carrega o peso da popularidade em seu primeiro clássico, contra o Corinthians, hoje, às 21h35, na Neoquímica Arena, pela nona rodada do Campeonato Paulista.

A primeira passagem do então menino da Vila no futebol brasileiro ainda traz lembranças de um jovem talento que marcou gerações. Além das conquistas, golaços e dribles humilhantes, ele virou uma febre entre a garotada com o corte moicano e as coreografias em cada comemoração. Santista “desde que se entende por gente”, Diego Adão, 24 anos, acompanhou de perto a ascensão do atleta desde a Copinha até a estreia no profissional.

Com apenas dez anos de idade, o cria de Santos viveu “uma das maiores emoções como torcedor” quando esteve presente atrás do gol do Pacaembu em que Neymar balançou as redes no jogo de volta da final da Libertadores, contra o Peñarol, em 2011. À época, ele já demonstrava ser fã de carteirinha do atacante, mas ainda não entendia por completo a grandeza da história que estava sendo escrita entre um ídolo geracional e seu time do coração.

— Quando Neymar decidiu voltar ao Santos, eu consegui ter noção por que meu pai tinha um sentimento nostálgico pela seleção de 82, a melhor que ele já viu. Ele (Neymar) fez história com títulos, gols, mas o que mais me marcou foi aquela ansiedade de ir ao estádio, presenciar um jogador que você não sabe qual lance genial vai sair dele, ver o jogo do Santos no domingo e na segunda-feira jogar bola com os amigos para imitar a comemoração e drible dele — lembra Diego, que se mudou para o Rio de Janeiro há quatro anos, e pretende ir mais vezes à Vila Belmiro neste ano.

Do outro lado, o corintiano Lucas Hamamura, 23, colocará a idolatria de lado no clássico desta noite. Por mais que tenha admiração por Neymar, o fanatismo pelo próprio time sempre “pesará mais nessa balança”. Quando o craque ainda atuava pelo Santos, o torcedor não gostava tanto dele por conta da rivalidade, tanto que só foi mudar de opinião quando o jogador vestiu a camisa do Barcelona, em 2013.

— Torço para que o Neymar retome o alto nível para ajudar a seleção brasileira, só que jamais vou torcer para o sucesso dele contra o Corinthians. Obviamente que não sou tão fanático a ponto de querer que ele se lesione novamente, mas tomara que não faça nada em campo e, se puder não jogar, seria o melhor do mundos — diz Lucas.

Já o tricolor Ricardo Vilella, 22, viralizou recentemente ao confessar que “aplaudiria o gol de Neymar contra o Fluminense no Maracaña”. O comentário dividiu opiniões sobre idolatrá-lo ou não nesse caso. Ciente da repercussão, o próprio autor da mensagem destaca:

— Se o Fluminense estiver perdendo ou for um gol que prejudica muito a vida dele, é óbvio que eu não vou aplaudir e, pelo contrário, ficar muito mais triste do que feliz, mas acho que a gente precisa apreciar o bom futebol. O Neymar é um ídolo nacional que excede rivalidades. Se for um gol de placa ou um que é um desconto no máximo e não está interferindo no resultado, eu aplaudiria porque sou realmente muito fã do jogador.

Além disso, Ricardo pretende ver um jogo na Vila Belmiro e, quando o Santos jogar diante do Fluminense no Rio, ter uma visão privilegiada do ídolo em um dos espaços laterais do estádio. Também existe a possibilidade de ir no setor visitante em partidas contra os rivais Botafogo, Flamengo ou Vasco. Na semana passada, o torcedor já dividiu a tela da TV com os jogos simultâneos do clássico entre tricolor e cruz-maltino e da reestreia de Neymar no Peixe.

BS20250212070126.1 – https://extra.globo.com/esporte/noticia/2025/02/de-aplaudir-gol-contra-proprio-time-a-jogo-na-vila-belmiro-torcedores-idolatram-neymar-em-primeiro-classico-no-retorno-ao-santos.ghtml