ECONOMIA

De que adianta máquina agrícola moderna sem conexão no campo? Fabricantes resolveram dar um jeito nisso

18 de fevereiro, 2025 | Por: Agência O Globo

Objetivo é proporcionar aos produtores a chance de usar todos os recursos tecnológicos dos produtos

Cada vez mais as máquinas agrícolas permitem coletar dados em tempo real, mas conectividade é desafio — Foto: John Deere/Divulgação

O gargalo da conectividade tem levado fabricantes a lançar serviços e equipamentos para a conexão entre as modernas máquinas agrícolas. Só uma conexão constante, com transmissão em tempo real, permite ao produtor explorar ao máximo o que a tecnologia do maquinário pode fazer pela agropecuária.

— Nos últimos cinco anos demos um salto gigantesco. Mas para que o produtor possa acessar todos os recursos das nossas máquinas é preciso que ele esteja conectado, a fim de que a transmissão de dados ocorra em 100% do tempo — afirma Estela Dias, gerente de negócios para agricultura de precisão da John Deere, americana que é uma das maiores fabricantes de tratores e colhedoras do mundo.

A fabricante está começando a vender este ano no Brasil um serviço de conectividade via satélite que utiliza a rede Starlink, da SpaceX, para permitir ao produtor rural o aproveitamento integral das tecnologias agrícolas de precisão. A instalação por antena tem o custo de R$ 6.150, com três anos de licença incluída.

Segundo a John Deere, a marca tem 775 mil máquinas conectadas globalmente e a expectativa é que esse número alcance 1,5 milhão até 2026. Para atingir essa meta, a fabricante está começando neste ano a venda, no Brasil, de um serviço de conectividade via satélite que utiliza a rede Starlink, da SpaceX.

O objetivo é permitir que os agricultores que enfrentam desafios de conectividade rural aproveitem integralmente as tecnologias agrícolas de precisão, ganhando em produtividade, rentabilidade e sustentabilidade das operações.

— A internet via satélite promove um tempo muito rápido de comunicação, garantindo mais eficiência do plantio à colheita— ressalta Estela Dias.

Segundo ela, o modelo conectará máquinas novas e já existentes por meio do serviço de internet via satélite e terminais de satélite robustos. Os dados são enviados para uma plataforma que pode ser acessada remotamente — via app ou web — para monitoramento, análise e insights com o suporte da rede de concessionárias da marca.

O serviço tem feito parte do pacote de ofertas da empresa. A instalação por antena tem o custo de R$ 6.150, com três anos de licença incluída.

Jacto e Avant

Outra gigante das máquinas agrícolas, a brasileira Jacto, de Pompeia (SP), fez parceria com a Virtueyes IoT e vende estações móveis a energia solar e via satélite.

—Temos hoje três fazendas operando com o sistema e boa performance — conta Carlos Daniel Haushahn, presidente da Jacto, citando o exemplo de um produtor que tem 25 pulverizadores e que descobriu, com ajuda dos dados gerados, que as máquinas trabalhavam somente quatro horas por dia. — Se ele fizer com que trabalhem seis horas, pode ter menos máquinas.

Ele cita como exemplo um produtor que possui 25 pulverizadores e que descobriu, com ajuda dos dados gerados durante a operação, que as máquinas trabalhavam somente quatro horas por dia.

— Se ele fizer com que elas trabalhem seis horas, pode ter menos máquinas, inclusive— afirma.

Um projeto de instalação de antena com a rede de conectividade parte de R$ 180 mil, dependendo da quantidade de antenas necessárias, tamanho e declive da área.

A AVant, empresa de Cascavel (PR) que monitora lavouras com drones, desenvolveu um kit de roteador wi-fi portátil com chip acoplado. Felipe Nobre, sócio-fundador da empresa, diz que a logística de dados é um grande problema para o agro:

— Quando não há conexão é preciso sair da área levando o cartão SD, pegar estrada e se dirigir a um local para acessar os dados.


BS20250218070018.1 – https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/02/18/de-que-adianta-maquina-agricola-moderna-sem-conexao-no-campo-fabricantes-resolveram-dar-um-jeito-nisso.ghtml

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