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CULTURA

Depois do Silêncio espetáculo de dança teatro bilíngue

11 de agosto, 2021

De 13 a 15 de agosto, transmissão remota seguida de bate-papo com direção e elenco. Dia 18 de agosto. Palestra sobre Inclusão Cultural. Tudo de […]

Depois do Silêncio espetáculo de dança teatro bilíngue

De 13 a 15 de agosto, transmissão remota seguida de bate-papo com direção e elenco. Dia 18 de agosto. Palestra sobre Inclusão Cultural. Tudo de graça

No palco, silêncios, gestos e ausências expressam mais que palavras no espetáculo “Depois do Silêncio”, narrativa inclusiva emocionante que reúne teatro, dança e libras, com temporada virtual para o público, de 13 a 15 de agosto, pelo Youtube (confira detalhes no instagram @espetaculodepoisdosilencio).

Com direção de Eliana Carneiro e Rogero Torquato e patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura do Distrito Federal – FAC/DF), o espetáculo é baseado em fatos reais da vida da menina Helen Keller (1880-1968), que perde a sua visão e audição com poucos anos de idade e vive em um mundo totalmente apartado até a chegada da professora Anne Sullivan. A partir do encontro, Anne começa a árdua tarefa de ensinar língua de sinais tátil e fazer com que Helen aprenda a se comunicar com o mundo exterior.

A montagem de dança teatro com coreografias de Eliana Carneiro, conta com três atrizes/dançarinas em cena que se expressam por gestos, sons, movimentos, palavras e, simultaneamente, em libras, tornando a apreciação inclusiva para surdos. Camila Guerra e Naira Carneiro interpretam Anne Sullivan e Helen Keller, respectivamente, e Renata Rezende (atriz surda), traz ao palco um contexto atual e autobiográfico, criando um contundente diálogo paralelo entre as personagens de 1890 e os dias de hoje. O objetivo é mostrar que muitas das angústias e dificuldades de acessibilidade continuam os mesmos nos últimos 100 anos.

Camila Guerra e Naira Carneiro participaram da montagem teatral “O Milagre das Mãos”, uma adaptação do texto norte americano “The Miracle Worker”, com o Grupo de Pesquisa Cênica do Sesc-DF, sob direção de Rogero Torquato e direção corporal de Eliana Carneiro. A partir da vontade de aprofundar a pesquisa das personagens, as duas atrizes decidiram se reunir novamente para um projeto que dialogasse mais com a dança e que fosse totalmente bilíngue (em português e em libras). Com a entrada da atriz Renata Rezende o projeto se amplia para um potente diálogo e afirmação da inclusão.

Depois do Silêncio conta com a coordenação de acessibilidade de Bárbara Barbosa, direção artística de Eliana Carneiro, trilha original de Diogo Vanelli, cenografia de Rogero Torquato e Rodrigo Lélis, iluminação de Camilo Soudant e a vídeo arte de Gabriel Guirá.

A obra nos transporta para o potente mundo da língua dos sinais, nos colocando empática e poeticamente no mundo dos cegos e dos surdos e das múltiplas expressões de comunicação e entendimento. O espetáculo amplia a percepção da grandeza e da beleza do silêncio e daqueles que nele habitam.

Depois do Silêncio faz parte do projeto O Mundo em suas mãos – Semana de Acessibilidade que oferece também quatro apresentações direcionadas a escolas, professores e pessoas com deficiência, Oficina de Sensibilização Corporal para Surdos, com Eliana Carneiro, e Palestra sobre inclusão cultural, com Barbara Barbosa, tradução em libras.

Mais sobre Anne Sullivan e Helen Keller

Helen Keller foi uma escritora e ativista social norte-americana, formou-se em filosofia e lutou em defesa dos direitos sociais, em defesa das mulheres e das pessoas com deficiência. Foi a primeira pessoa cega e surda a entrar para uma instituição de ensino superior.

Aos 19 meses de idade contraiu uma doença desconhecida diagnosticada como febre cerebral, que a deixou cega e surda. Depois da doença, Helen tornou-se uma criança difícil, gritava muito e tinha acessos de mau humor.

Em 3 de março de 1887, antes de completar sete anos de idade, passou a contar com a ajuda da professora Anne Sullivan, que aos 20 anos de idade, foi contratada pela família e passou a morar em sua casa.

A professora, que aos cinco anos perdera parte da visão e aos dez ficou órfã de mãe, foi abandonada pelo pai, colocada em um Conservatório/ Instituto onde também perde seu irmão. Em 1886 graduou-se na Perkins School for the Blind, uma escola para cegos e começou a procurar um emprego.

Com muito trabalho e paciência, a partir de abril de 1887, Anne consegue fazer Helen entender o significado das palavras que eram soletradas em sua mão. A primeira palavra entendida por Helen foi água. Mais tarde, numa rápida assimilação ela aprendeu os alfabetos Braille e o manual, o que facilitou sua escrita e leitura.

Em 1890, Helen pediu a sua professora Anne para aprender a falar. Foi matriculada no Institute Horace Mann para surdos, em Boston e em seguida na Escola Wright-Humason Oral School de Nova York, onde durante dois anos recebeu aulas de linguagem falada e de leitura labial. Além de conseguir aprender a ler, escrever e falar, Helen estudou as disciplinas do currículo regular da escola.

Anne e Helen permaneceram juntas por 47 anos realizando palestras, viagens, e difundindo a importância da língua de sinais, da inclusão e lutando pela emancipação dos deficientes auditivos. Salientaram a capacidade produtiva das pessoas com deficiência, contribuindo com a conscientização da sociedade e, consequentemente, com a diminuição do preconceito vigente até os dias de hoje.

Programação

O Mundo em Suas Mãos – Semana da Acessibilidade
Espetáculo: Depois do Silêncio
Apresentações do espetáculo, conversa sobre o processo de criação e acessibilidade, entre artista e plateia, após apresentações.
Das: 13, 14, 15, /agosto / 2021 (sexta e sábado às 21h e domingo às 20h)
Canal Youtube e mídias sociais do projeto

Projeto escola

Quatro apresentações direcionadas a escolas, professores e pessoas com deficiência. Bate-papo com diretores e elenco.

Oficina de Sensibilização Corporal para Surdos, com Eliana Carneiro, carga horária:  4 horas/aula, com tradução em libras – este trabalho se desenvolve a partir das possibilidades oferecidas por um conjunto de exercícios que estimulam a criatividade, a expressão e a consciência corporal ampliando o conjunto de repertório de linguagem de movimento dos participantes surdos. A proposta básica desta oficina é compor atitudes corporais expressivas e sensibilizar o corpo para desenvolver uma percepção consciente sobre a fisicalidade das ações e a sua relação com a emoção, a sensação, o tempo, e o espaço.

Palestra sobre inclusão cultural, com Bárbara Barbosa, tradução em libras
Dia 18/agosto/2021 (quarta-feira)
Horário: 19h30
Instagram
Censura: Livre
Ingresso: Gratuito
A palestra trata da inclusão da pessoa com deficiência nos ambientes culturais, tanto como público quanto como protagonista de produções artísticas e culturais diversas; a importância da diversidade e da inclusão para a sociedade e como a acessibilidade desempenha um papel crucial na quebra das barreiras que impedem a convivência harmônica entre pessoas com e sem deficiência.

Ficha Técnica

Direção:  Eliana Carneiro e Rogero Torquato
Direção Artística e Coreografias: Eliana Carneiro
Intérpretes Criadoras: Camila Guerra, Naira Carneiro e Renata Rezende
Roteiro e Dramaturgia: O Grupo
Trilha Sonora Original: Diogo Vanelli
Cenografia: Rogero Torquato e Rodrigo Lelis
Iluminação: Camilo Soudant
Figurinos: O Grupo
Artista Gráfico e Vídeo Arte: Gabriel Guirá
Boneca: Neuza Freire
Videomaker: Filipe Duque
Fotos: Diego Bresani
Fotos: Making of filmagens – José Lucas
Operador de Vídeo: Aníbal Diniz
Coordenação de Acessibilidade: Bárbara Barbosa
Áudio Descrição: Maynara Dourado Pereira
Legendas Descritivas: Consultor Surdo – Joaquim Emanuel Barbosa, Legendador – Júlio Coelho
Editor – Kaio de Aquino
Oficina Sensibilização Corporal para Surdos: Eliana Carneiro
Palestra sobre inclusão cultural:  Bárbara Barbosa
Coordenação de Produção: Alaôr Rosa
Produção Executiva: Fernanda Oliveira
Assessoria de Imprensa: Tato Comunicação / Jaqueline Dias e Cíntia Rogner
Mídias Sociais: Tato Comunicação/ Rebeca Ramos
Produção e Administração: Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo.