![Lobista pediu emprego para esposa em gabinete de deputado e prometeu devolver parte do salário](https://brasiliaagora.com.br/wp-content/uploads/2025/02/imagem-redimensionada-20250213161449937.webp)
Lobista pediu emprego para esposa em gabinete de deputado e prometeu devolver parte do salário
Investigados por suposto desvio de emendas conversaram sobre nomeação, que acabou não ocorrendo
Documento assinado pelo parlamentar foi enviado pelo chefe de gabinete a lobista envolvido em ação
Um ofício assinado pelo deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) pediu a troca da destinação de R$ 200 mil de uma cidade com o objetivo de chegar a um hospital onde havia um esquema de desvio de recursos. O documento consta na investigação da Polícia Federal, que deflagrou nesta quinta-feira uma operação que apura a ação criminosa de desvio de emendas indicadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS).
A investigação apurou que havia até um contrato prevendo o pagamento de 6% de “comissão” como contrapartida para a empresa de um lobista, Cliver Fiegenbaum, que constava como responsável pela captação do recurso público. Ele mantinha conversas com o chefe de gabinete do deputado, Lino Furtado.
Em uma das trocas de mensagem, em novembro do ano passado, após duas ligações entre os dois, Lino enviou a Cliver um ofício assinado pelo deputado endereçado ao Ministério da Saúde solicitando a troca de beneficiário de indicação de uma emenda parlamentar de R$ 200 mil.
O ofício solicita que o beneficiário deixe de ser o Fundo Municipal de Saúde São Miguel das Missões e passe a ser o Fundo Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. Ao final, o ofício justifica que o recurso deverá atender o Hospital Ana Nery.
“Amanhã já deve estar aparecendo no sistema da prefeitura para o cadastro”, escreveu o assessor do parlamentar.
No dia seguinte, Lino envia um novo documento ao lobista, também assinado pelo deputado e endereçado ao ministério, no qual pede que o beneficiário deixe de ser a Fundação Universitária de Cardiologia e passe a ser o hospital.
O deputado Afonso Motta não foi alvo da PF. Em nota, ele afirmou que “nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF”. O texto acrescenta que ele “foi surpreendido e que está buscando acesso aos autos, para entender o que é investigado e se posicionar”.
Investigados por suposto desvio de emendas conversaram sobre nomeação, que acabou não ocorrendo
Proposta repercutiu em janeiro após a vereadora Amanda Vettorazzo (União-SP) divulgar o texto em suas redes sociais
Abraãozinho é investigado por atuação durante as eleições municipais do ano passado
Laudo de perito contratado pelo MPF embasa a justificativa; JK morreu em 1976, após colisão na Dutra