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ECONOMIA

Deputados pedem para acelerar votação de projeto que amplia fiscalização sobre combustíveis

4 de julho, 2024 / Por: Agência O Globo

Proposta prevê a criação de um Operador Nacional de Sistema de Combustíveis, semelhante ao que existe no setor elétrico

Deputados pedem para acelerar votação de projeto que amplia fiscalização sobre combustíveis

Deputados de três frentes parlamentares se mobilizam para acelerar a votação de um projeto que amplia a fiscalização sobre combustíveis para evitar fraudes. O texto, de autoria do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), cria um Operador Nacional de Sistema de Combustíveis, semelhante ao que existe no setor elétrico e prevê um monitoramento eletrônico, desde a saída do caminhão da refinaria até a entrega no posto de gasolina.

O projeto ainda está na primeira fase da tramitação, na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, mas integrantes das frentes da Agropecuária, do Biodiesel e de Empreendedorismo protocolaram um pedido de urgência, o que poderia levar a proposta a votação diretamente no plenário da Casa. A expectativa é votar a proposta nos segundo semestre deste ano, segundo Júlio Lopes.

O projeto foi apresentado neste ano. Além de criar um novo órgão fiscalizador do setor de combustíveis, a proposta prevê a implementação do Sistema Eletrônico de Informações do Setor de Combustíveis. O objetivo é fazer um monitoramento em tempo real dos estoques e da movimentação de combustíveis no Brasil, abrangendo atividades de refino e produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem, transporte, transferência, distribuição, revenda e comercialização de combustíveis no Brasil.

O deputado disse que o projeto surgiu a partir de estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que apontam por uma evasão de R$ 40 bilhões no setor de combustíveis. Entre os motivos está a pirataria no setor, com o desvio de mercadoria por caminhões de abastecimento para não pagar tributos.

Outro problema citado no estudo é a adulteração de combustíveis e misturas inadequadas de diesel e álcool. Atualmente, o percentual de biodiesel é de 14% no litro do diesel e de 27% do álcool na gasolina. Mas a fiscalização dessas misturas é falha, observou o parlamentar.

Segundo Lopes, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) não tem estrutura suficiente para fiscalizar os 40.834 posto existentes no país. Falta pessoal e investimentos em sistema.

— Sem a presença do Estado, quadrilhas e o crime organizado estão ocupando espaço no setor de combustíveis — destacou o parlamentar.

Além de gerar uma concorrência desleal com quem cumpre as regras, a falta de fiscalização penaliza os consumidores. Combustíveis adulterados geram desempenho dos veículos abaixo do esperado e prejuízo com peças.

O deputado disse que o novo órgão será mantido a partir de recursos obtidos com a fiscalização. A indicação da diretoria seria feita em parceria com agentes privados.

— Será um mecanismo moderno e que não vai onerar o Estado — disse Júlio Lopes.


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