
Agências do trabalhador disponibilizam mais de 570 vagas de emprego nesta quinta
Interessados podem cadastrar currículo por aplicativo ou presencialmente, de segunda a sexta
Integrantes da CPI puderam conferir de perto a infraestrutura dos locais envolvidos no processo de tratamento da água e o emissário local onde o esgoto tratado é despejado no Melchior
A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a poluição do Rio Melchior foi novamente a campo na quinta-feira (05). Desta vez, a visita técnica ocorreu na Estação de Tratamento de Esgoto Melchior, que fica em Samambaia e é administrada pela Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb). A estação é destino para o esgoto das cidades de Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras, Vicente Pires e Samambaia.
A presidente da comissão, deputada Paula Belmonte (Cidadania), o vice, deputado Joaquim Roriz Neto (PL) e o membro titular deputado Rogério Morro da Cruz (PRD) foram recebidos por técnicos da companhia, que detalharam o funcionamento da ETE.
Os parlamentares puderam conferir de perto a infraestrutura dos locais envolvidos no processo de tratamento da água, como as estações de tratamento preliminar, os reatores anaeróbicos, os tanques de tratamento biológico, a estrutura de adensamento e desaguamento do lodo e o emissário efluente final, local onde o esgoto tratado é despejado no Melchior.
A visita foi acompanhada por representantes de organizações civis ambientais que lutam pela revitalização do rio e por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), que coletaram amostras de água em diversos estágios do tratamento para análise. Os dados das amostras coletadas serão compartilhados com a CPI para a produção do relatório final.
Belmonte demonstrou preocupação com relação à proporção de efluentes que são despejados no rio com relação à vasão total do corpo hídrico. Dados apresentados pela Caesb indicam que a vazão média aproximada do Melchior é de cerca de 750 litros/segundo. Já o volume de efluentes tratados despejados pela companhia é de aproximadamente 1400 litros/segundo, ou seja, quase o dobro de seu volume natural.
“Uma coisa que me preocupou muito é a questão do adensamento nessa região. O volume do rio é muito pequeno. O parâmetro do que é despejado aqui como efluente é comparável ao que é jogado no Corumbá. Há uma desproporcionalidade muito grande”, afirmou Belmonte. A deputada lembrou ainda que, além dos efluentes da Caesb, o curso de água recebe ainda efluentes do aterro sanitário de Samambaia e de abatedouros da região.
O assessor da diretoria de obras da Caesb Luiz Antônio Harada contou sobre o histórico de ampliação da infraestrutura da companhia para conseguir atender ao crescimento populacional do DF nos últimos 40 anos.
Segundo ele, áreas irregularmente ocupadas são um desafio para o saneamento, uma vez que toda a rede tem que ser implementada com moradias e malha viária já estabelecidas, o que encarece em até seis vezes os custos para os cofres públicos.
Harada deu como exemplo o caso da rápida expansão populacional do Sol Nascente, região que é atendida pela ETE Melchior e que vem exigindo grandes esforços do poder público para que a população local possa contar com água tratada. “Estamos fazendo constantemente uma série de intervenções no nosso sistema para deixá-lo mais seguro e funcional”, afirmou.
Outro ponto de questionamento feito pela deputada Belmonte e por pesquisadores é relacionado à escolha do método de tratamento utilizado na ETE. A companhia realiza o tratamento biológico de efluentes por meio do sistema “Unitank”, um processo que remove matéria orgânica e outros poluentes presentes utilizando microrganismos para degradar a poluição. O Unitank é um reator biológico aerado que permite a remoção de nitrogênio e outros contaminantes.
Foi questionado se não seria mais adequado o tratamento por osmose reversa – processo de filtragem que utiliza uma membrana semipermeável para remover impurezas, sais e contaminantes –, mas os técnicos da companhia garantiram que os protocolos adotados pela Caesb são os mais adequados para a realidade local e seguem padrões internacionais, além de estarem de acordo com as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
O deputado Joaquim Roriz Neto afirmou que a visita foi satisfatória e que os protocolos de tratamento de efluentes apresentados pela companhia demonstram um zelo, por parte do governo, com a água que é oferecida à população. O parlamentar afirmou que é preciso que a comissão investigue as ações de governos anteriores que permitiram que o corpo hídrico chegasse à situação de poluição atual.
“O mais importante da visita é escutar os profissionais, ver os investimentos que estão sendo feitos aqui e os planejamentos futuros para melhorar ainda mais a qualidade do tratamento do esgoto. O que a gente presenciou é que temos uma qualidade de tratamento alta. Mas a pergunta que a gente deveria estar fazendo é: quando o rio entrou em risco? Qual governo pegou esse rio quando ele ainda não era de categoria de risco e fez ele virar categoria 4?”, questionou o deputado.
A Caesb apresentou um panorama atualizado da operação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Melchior. A apresentação destacou os investimentos realizados nos últimos anos, as melhorias na qualidade do esgoto tratado e os projetos em andamento para ampliar a eficiência da estação, considerada essencial para a recuperação do rio e a segurança hídrica da região.
Segundo a Caesb, o Distrito Federal já conta com 100% do esgoto coletado sendo tratado, e a ETE Melchior responde por cerca de 1.400 litros por segundo desse volume, operando próxima à capacidade de projeto (1.469 L/s). O tratamento é feito em nível terciário, com múltiplas etapas que garantem a remoção eficiente de carga orgânica e nutrientes. O efluente final é lançado no Rio Melchior, que percorre cerca de 59 km até o Lago Corumbá, importante manancial da região.
Morro da Cruz e Belmonte questionaram a informação de que há a oferta de água tratada para 100% da população, mas a companhia explicou que esse dado se refere apenas ao que é considerado como área urbana regularizada.
A companhia também destacou os avanços nos últimos cinco anos: foram mais de 250 mil metros de rede coletora implantados, mais de 23 mil novas ligações de esgoto e uma redução significativa do despejo irregular no leito do rio, com investimentos que ultrapassaram R$ 60 milhões. Além disso, a ETE conta com uma gestão sustentável de resíduos: o lodo gerado (cerca de 60 mil toneladas por ano) é 100% reutilizado na agricultura, com licenciamento ambiental.
Entre os projetos em execução estão a implantação do sistema de polimento final do efluente, orçado em R$ 40 milhões, e um robusto plano de ampliação da estação que prevê a instalação de novos reatores, decantadores e sistemas de desinfecção por ultravioleta, com orçamento estimado em R$ 300 milhões. Essas medidas visam garantir maior eficiência no tratamento e reforçar a segurança ambiental da região.
A Caesb ressaltou ainda ações educativas e de pesquisa que acompanham o trabalho técnico. Um ônibus educativo tem levado conhecimento sobre o ciclo do saneamento a escolas e comunidades, enquanto o laboratório da companhia realiza cerca de 300 mil análises por ano.
As amostras de água coletadas durante a visita serão analisadas em laboratório e encaminhadas à CPI. Belmonte afirmou que vai incluir a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), que é responsável pela fiscalização da qualidade do rio, no circuito de visitas.
“Nós vamos verificar com os técnicos e com o superintendente da Adasa como está sendo feita a fiscalização aqui no Melchior”, declarou Belmonte.
A deputada afirmou ainda que a comitiva fará uma visita a um frigorífico de grande porte que despeja efluentes no rio para avaliar como esta sendo feito o manejo dos resíduos. A próxima reunião da CPI está agendada para a próxima quinta-feira (12).
Christopher Gama – Agência CLDF de Notícias
Interessados podem cadastrar currículo por aplicativo ou presencialmente, de segunda a sexta
Queridinhas dos brasilienses, árvores da espécie colorem as ruas até o final do ano; a próxima espécie a surgir é o ipê-amarelo, a partir deste mês
Abordagem está prevista para passar por 15 pontos na região administrativa
Programa itinerante, que tem como foco mães atípicas, já passou por quatro regiões administrativas, com mais de 6 mil atendimentos prestados