Há oito anos, desde que estreou o sucesso teatral “O porteiro”, Alexandre Lino intercala em cena as mesmas duas camisas de botão, na cor azul. As peças de figurino de seu querido personagem Waldisney se tornaram amuletos da sorte.

— Eu sou apegado! Quando fizemos o filme (lançado em 2023), as figurinistas aprontaram outras seis camisas novas pra eu ir trocando durante as gravações. Nunca as usei, estão na reserva — conta o pernambucano, de 50 anos.

Na última quarta-feira (4), quando encontrou o amigo José Ailton Ferreira para a foto principal desta reportagem, o ator aumentou sua coleção de uniformes…

— Dei de presente outra camisa a ele com o nome do condomínio onde trabalho. A peça e o filme nasceram aqui — conta o porteiro, de 53 anos, que há 28 trabalha no conjunto residencial onde mora o roteirista e diretor Paulo Fontenelle e foi o primeiro a colaborar com suas histórias pessoais na criação da comédia, já assistida por mais de 200 mil pessoas no Brasil.

Em comemoração a mais um Dia do Porteiro (na próxima segunda-feira), Lino dá início hoje a uma série de apresentações da montagem baseada em histórias reais, coletadas em entrevistas com porteiros nordestinos que migraram de sua terra natal em busca de sonhos. Com ingressos a preços populares, ele vai passar por teatros da Vila Kennedy, de Campo Grande, Marechal Hermes, Copacabana, Duque de Caxias, Ipanema e Centro do Rio (veja detalhes abaixo).

— Muitas vezes, o teatro é considerado excludente, por ser caro. Acho que R$ 2,50 (meia-entrada) é um valor possível para a maioria. Tanto que os ingressos estão se esgotando rapidamente, estamos abrindo sessões extras — conta o ator, orgulhoso por poder levar sua arte, principalmente, ao público-alvo do espetáculo: porteiros não pagam ingresso, mediante comprovação profissional.

Além de inspirar trechos do monólogo — como a do pai preocupado com os estudos dos filhos —, Ailton é plateia constante de “O porteiro — A comédia”.

— Lino diz que eu sou o porteiro que mais assistiu à peça. Com certeza, fui mais de dez vezes. E toda vez que eu vejo, parece que é a primeira, porque dou risadas do começo ao fim. O espetáculo é muito bom! Se não fosse, não estaria aí há tantos anos com teatros lotados, né? — opina o paraibano, garoto-propaganda oficial da montagem do “patrão”, tendo integrado também o elenco do filme: — Tive meus 15 minutos de fama e viajei pra vários lugares do país divulgando. Foi muito bom! Já confirmei presença na sessão de Copacabana, e vou levar o síndico daqui pra rir junto comigo também!

Lino reforça o poder da comédia:

— O humor é um dos maiores antídotos. Entre os muitos episódios impactantes que experimentei, lembro um da última temporada que fiz aqui no Rio. Involuntariamente, escolhi um porteiro da plateia para interagir comigo. Ele se divertiu muito, e no final veio me abraçar, contando que naquele mesmo dia tinha tentado tirar a própria vida, mas foi incentivado por um amigo a assistir à peça. Eu fico arrepiado. Não chamo de acaso, mas de obra divina.

‘O porteiro — A comédia’

Todas as sessões têm ingressos a R$ 5 (R$ 2,50, meia-entrada). E porteiros não pagam, mediante apresentação de comprovação da função.

Dia 22 de julho, às 20h: Teatro Laura Alvim (Av. Vieira Souto 176, Ipanema — 2332-2016)

Dia 7 de junho, às 20h: Teatro Mário Lago (Rua Jaime Redondo 2, Vila Kennedy – 2333-4851)

Dia 9 de junho, às 20h: Teatro Arthur Azevedo (Rua Vítor Alves 454, Campo Grande – 2332-7516)

Dia 14 de junho, às 20h: Teatro Armando Gonzaga (Avenida Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias 511, Mal. Hermes – 2332-1040)

Dia 25 de junho, às 18h e às 20h: Teatro Glaucio Gill (Praça Cardeal Arcoverde s/nº, Copacabana – 9 9414-2274)

Dia 27 de junho, às 20h: Teatro Raul Cortez (Praça do Pacificador s/nº, Centro, Duque de Caxias – 2771-3062)

Dia 9 de julho, às 19h: Teatro João Caetano (Praça Tiradentes s/nº, Centro do Rio — 2332-9257)

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BS20250607080013.1 – https://extra.globo.com/entretenimento/noticia/2025/06/dia-do-porteiro-9-de-junho-e-celebrado-com-serie-de-apresentacoes-de-comedia-teatral-que-ja-virou-filme.ghtml