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POLÍTICA

Dino diz que há ‘tranquilidade’ sobre PECs aprovadas na CCJ para limitar decisões monocráticas no STF

11 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

Ministro do Supremo falou nesta sexta-feira em São Paulo durante Encontro de Líderes, organizado pela Comunitas, organização da sociedade civil

Dino diz que há ‘tranquilidade’ sobre PECs aprovadas na CCJ para limitar decisões monocráticas no STF
Flávio Dino (STF). Foto: reprodução

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na manhã desta sexta-feira (11) que há “muita tranquilidade” sobre as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) aprovadas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que reduzem o poder do STF. A fala ocorreu durante o evento Encontro de Líderes, organizado pela Comunitas, organização da sociedade civil, em São Paulo.

Para limitar as decisões monocráticas dos ministros, a CCJ aprovou na quarta-feira (9) o chamado pacote “anti-STF”. A ofensiva contou com apoio de partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo com pouco movimento na Casa e sem sessão em plenário, o Palácio do Planalto não se mobilizou.

— Então, há muita tranquilidade em relação a isso, muita ponderação. Agora, o Supremo não vai deixar de decidir o que deve ser decidido, porque isso possa desagradar tal ou qual agente público ou privado, porque o nosso papel é exatamente ter independência, aplicar a lei e fazer o certo, independentemente de eventuais consequências políticas. Isso não nos cabe, mas quem julga é o Supremo, claro — afirmou, em entrevista aos jornalistas.

As chamadas decisões monocráticas são as proferidas por apenas um magistrado. Além de limitarem essas, as duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) e dois projetos de lei aprovados autorizam o Parlamento a anular julgamentos do Supremo e criam um novo rito para processos de impeachment de ministros da Corte.

O pacote vale para o STF e outros tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O texto deve agora ser analisado por uma comissão especial antes de ir a plenário.

Pouco antes, para um público de governadores e especialistas em segurança pública, Dino afirmou que as decisões da Corte “ora são marcadas pela autocontenção, ora pelo ativismo, como é a vida”.

— E em matéria criminal, que repercute na segurança pública, eu trouxe aqui nos últimos cinco minutos algumas decisões do Supremo, que ora são marcadas pela autocontenção, ora pelo ativismo, como é a vida — disse. — Outro dia disseram que eu queria apagar incêndio, que eu era o bombeiro da nação. Eu estava aplicando a Constituição, o artigo 225 [que estabelece o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado]. Estava aplicando uma decisão do Supremo em plenário, que é outra lenda, essa decisão monocrática.

A fala contradiz o discurso que o ministro fez quando recém-empossado, em fevereiro. Na ocasião, ele disse que Corte não tem o objetivo de interferir na política e que alguns dos que dizem que ela é ativista querem “instrumentalizar o STF para os seus propósitos”.


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