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Eficiência e rapidez para rede de saúde com protocolo de atendimento pediátrico

9 de abril, 2024 | Por: Agência Brasília

Por meio do treinamento em Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, médicos e enfermeiros atuam para diminuição de internações e mortalidade

A mãe, Sarah Rodrigues, ficou preocupada que pudesse ter passado a gripe ao filho e, por isso, não pensou duas vezes antes de levá-lo à Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da região. Os sintomas do pequeno Gabriel Rodrigues de 2 anos, começaram na segunda-feira. No início, era só uma tosse, mas na última quinta (4), evoluíram para vômitos. “Decidir vir ao postinho (UBS), porque sei que lá sou atendida”, disse Sarah, que foi acolhida por uma das enfermeiras da UBS, Raquelline Campoe. A paciência e tranquilidade da profissional trouxeram paz. “Ela me passou a receita com os medicamentos e me explicou que se ele piorar, tenho de voltar com ele”, relatou.

O atendimento rápido e humanizado pediátrico são características fundamentais não só da UBS 2 de Ceilândia, mas de toda a rede de saúde pública do Distrito Federal. Por meio do treinamento em Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), há 385 médicos e 704 enfermeiros capacitados, correspondendo a 65% e 76% de capacitados em cada área, respectivamente.

A região Oeste – que abrange as regiões administrativas Brazlândia, Ceilândia, Por do Sol e Sol Nascente – contabiliza a maior quantidade de capacitados, sendo 148 enfermeiros e 82 médicos. As enfermeiras Carolina Bastos e Raquelline Campoe passaram pelo treinamento e se tornaram facilitadoras do assunto na unidade em que atuam.

Os enfermeiros capacitados pelo AIDPI possuem respaldo para prescrever medicamentos, inclusive antibióticos. Foto: Ualisson Noronha/ Agência Saúde-DF

“O AIDPI é um protocolo em que a gente consegue detectar os sinais de gravidade precocemente e entrar com tratamento para evitar que a criança seja hospitalizada e necessite de um suporte mais complexo”, explica a enfermeira Campoe. O AIDPI propõe mais facilidade ao atendimento, por exigir poucos equipamentos – o protocolo exige, por exemplo, a contagem da respiração da criança e a medição da temperatura. “Coisas simples que podem ser feitas tanto na cidade quanto em território indígena”, acrescentou.

Os enfermeiros capacitados pelo AIDPI possuem respaldo para prescrever medicamentos, inclusive antibióticos. O protocolo traz a estrutura para cada sintoma, inclusive com o prazo para o retorno e reavaliação. A cada agravamento, há uma estrutura definida, promovendo segurança ao profissional. Caso os sintomas fiquem muito graves, a criança é encaminhada para o hospital da região ou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Redução de mortalidade e humanização

O objetivo do AIDPI é propor uma avaliação sistemática dos principais fatores que afetam a saúde infantil, integrando ações curativas com medidas de prevenção dos problemas infantis mais frequentes.

A aplicação da estrutura promove a diminuição de hospitalizações e da mortalidade infantil. “A gente consegue ajudar as crianças de forma mais rápida, diminuir a mortalidade e diminuir as taxas de internação. Neste período, por conta da sazonalidade das doenças respiratórias, o protocolo nos auxilia muito”, ressaltou a enfermeira Carolina Bastos.

A rapidez do atendimento, especialmente aos casos que necessitam de atenção especial, foi observada por Jéssica Lobo, 21, que levou o pequeno Ítalo Gabriel Lobo, 2, à UBS 2 de Ceilândia. Os sintomas de Ítalo Gabriel começaram no início da semana e o agravamento do quadro se deu de quarta (3) para a manhã de quinta (4).

A rapidez do atendimento foi observada por Jéssica Lobo, 21, que levou o pequeno Ítalo Gabriel após apresentar tosse, febre e vômito. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Atendida pela enfermeira Carolina Bastos, a mãe ficou aliviada ao receber as orientações necessárias. “Ele estava apresentando tosse, febre e vomitando muito. O atendimento foi bom e rápido, porque eu via que era uma situação urgente. Agora, vou retornar segunda de manhã”, explicou.

A atenção à fala do cuidador é outro princípio promovido pelo protocolo, conforme ressalta Campoe. “O AIDPI fortalece e valoriza a fala do cuidador no momento de acolhimento, trazendo uma visão humanizada”.

Atendimento hospitalar

Além do atendimento da atenção primária, a assistência hospitalar da região procurou medidas para otimizar e qualificar o atendimento pediátrico. No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), a “rota rápida” direciona os pacientes aos locais adequados, conforme a gravidade.

Na Diretoria de Atenção Primária da região, a Equipe de Gerenciamento de Caso (EGC) é a responsável pelo encaminhamento correto, juntamente com a gerente de acesso e qualidade, Glaucijane Santana. Juntos, coordenam que crianças com fichas verde ou azul sejam encaminhadas para as UBSs de referência, amarela para as policlínicas e as vermelhas são atendidas no hospital.

“Nós referenciamos para entrar na emergência e também usamos a rota rápida para tirar das portas de urgência os pacientes classificados como verdes ou azuis. Isso favorece o atendimento na pediatria, porque as crianças que não deveriam estar nas portas de urgência são encaminhadas para a atenção primária”, explica Janaina Alves, Gerente de Áreas Programáticas do HRC.
 

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