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Egito descobre cidade perdida de mais de 3 mil anos de idade

9 de abril, 2021

Segundo arqueólogos, o local teria sido fundado no reinado do faraó Amenhotep III, avó de Tutankhamon O Egito anunciou, nesta quinta-feira (8), a descoberta de […]

Egito descobre cidade perdida de mais de 3 mil anos de idade
Foto: Divulgação

Segundo arqueólogos, o local teria sido fundado no reinado do faraó Amenhotep III, avó de Tutankhamon

O Egito anunciou, nesta quinta-feira (8), a descoberta de uma cidade perdida de cerca de 3,4 mil anos de idade perto de alguns dos monumentos mais conhecidos do país na cidade de Luxor, a 770km ao sul do Cairo. Segundo os arqueólogos, o achado pode ser o mais importante em quase 100 anos.

Cientistas localizaram a cidade em setembro e encontraram paredes quase intactas

DIVULGAÇÃO VIA REUTERS – 8.4.2021

A cidade, conhecida como Aten, teria sido fundada pelo rei Amenhotep III, que governou o Egito de 1391 a 1353 a.C. Os cientistas acreditam que o local, na margem ocidental do rio Nilo, foi um dos principais centros urbanos do país naquela época.

“A descoberta desta cidade perdida é a segunda mais importante da arqueologia desde a tumba de Tutankhamon”, disse em um comunicado a professora de egiptologia Betsy Bryan, da Universidade Johns Hopkins, que participou da missão.

Segundo ela, as ruínas “vão nos proporcionar um raro retrato da vida dos antigos egípcios, em um momento que pode ser considerado o auge do império”.

Cidade de reis

Aten foi localizada em uma região próxima ao Vale dos Reis, em Luxor. Foi lá que a tumba de Tutankhamon e seu sarcófago com a famosa máscara de ouro foram encontrados durante uma expedição em 1922, junto com incontáveis outros artefatos.

“Muitas missões estrangeiras procuraram por esta cidade e nunca a encontraram”, afirmou Zahi Hawass, um arqueólogo egípcio e antigo ministro de assuntos da antiguidade, que liderou a missão.

Os arqueólogos começaram as escavações em setembro, com o objetivo de achar o templo mortuário de Tutankhamon, e escolheram uma área entre os templos dos reis Ramsés III e Amenhotep III.

“Em poucas semanas, para a surpresa de todos, contornos de paredes com tijolos de barro começaram a aparecer, por todos os lados. O que os cientistas descobriram foi o local de uma grande cidade em bom estado de preservação, com paredes quase completas e cômodos cheios de objetos de uso cotidiano, preservados por milhares de anos”, diz o comunicado.

A cidade teve seu auge durante o reinado de Amenhotep III, e também durante a regência em que compartilhou o poder com seu filho, Amenhotep IV, ou Akhenaton, o pai de Tutankhamon. O chamado “rei-menino” e seu sucessor, o rei Ay, também usaram Aten.

Segundo Hawass, boa parte das ruas da cidade têm casas com paredes ainda preservadas, algumas com mais de 3 metros de altura. Os arqueólogos descobriram a idade do local analisando os hieróglifos em diversos objetos encontrados no local, como vasos de vinho, aneis, enfeites, potes de cerâmica e tijolos que continham os selos de Amenhotep III.

Na cidade, os pesquisadores já encontraram uma padaria e uma grande cozinha, com fornos e potes de cerâmica para armazenar comida, além de um centro administrativo, moldes para produzir joias, teares e outros objetos que indicam tecelagem em escala industrial para a época.

Ao norte de Aten, foi encontrado um grande cemitério, além de novas tumbas. “A expedição já está trabalhando nesses locais, e nossa missão espera encontrar mausoléus ainda intocados, cheios de tesouros”, diz o comunicado.

A cidade perdida é mais uma de uma série de descobertas recentes feitas em várias partes do país, que ajudam compor melhor o panorama das dinastias que governaram o antigo Egito. O governo atual espera que as novidades ajudem a reviver a indústria do turismo, a principal fonte de renda do país, prejudicada pela instabilidade política e a pandemia do coronavírus.

 

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