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Vilã que estaria cativando o público nas redes sociais escancarou seu preconceito; será que o Brasil seguirá amando essa mulher?
E aí, Brasil? Vamos continuar amando Odete Roitman, a vilã tão bem interpretada por Deborah Bloch no remake de “Vale tudo’’? Na redação e nos grupos de amigos, já vínhamos conversando sobre o fato de a personagem estar ganhando a simpatia do público, diferentemente do que aconteceu na versão original da novela, em que a mesma figura, vivida por Beatriz Segall, era invariavelmente detestada. Um dos motivos seria a sociedade hoje tolerar valores mais volúveis. Não cabe muito o maniqueísmo. Num segundo plano, quem, como ela, eventualmente não se incomodaria em ver a família toda na mamata, sem ninguém muito afeito ao trabalho? Ao mesmo tempo, chamava nossa atenção uma grande incoerência dessa Odete atual: como uma pessoa tão esnobe e preconceituosa aceitaria com tranquilidade que seu filho, Afonso (Humberto Carrão), se envolvesse com Maria de Fátima (Bella Campos), uma mulher negra?
Eis que em capítulos recentes, a autora Manuela Dias pôs fim a esse equívoco. Numa cena em que é questionada por Celina (Malu Galli) sobre a moça, a megera escancarou seu racismo: “Ela nem é tão preta assim’’.
Agora, definitivamente, Odete nos convence como personagem. Seu sentimento verbalizado condiz com sua postura e torna a figura crível. Até então, era inverossímil pensar que aquela criatura extremamente intolerante e hostil pudesse admitir ter uma nora negra. Imagina netos negros? No enredo, esse acontecimento contribui para que o espectador embarque de verdade na história, que fica mais bem argumentada. Essa mulher, no entanto, em nada mais deve — ou deveria — nos cativar. E será que vai ser assim?
Talvez não, porque inacreditavelmente a fala da todo-poderosa continua exprimindo o sentimento de considerável parte da população que pensa de forma parecida, às vezes só não explana. Na mesma sequência, ela também diz para a irmã: “Todo mundo pode ter sua função, o que importa é que as pessoas façam o que eu quero’’. Uma fala não menos horrível do que a que repercutiu tanto, e que traduz fielmente nossa realidade. Dependendo do quanto você é útil para aqueles que mandam, decidem e têm dinheiro, você nem será visto como uma pessoa preta. Sua pele clareia.
Mais do que trazer para o debate a questão do colorismo, que diferencia e hierarquiza negros de pele mais clara dos negros retintos, o pensamento de Odete segue representando a visão de grande parte da elite brasileira, como também de uma classe média mais endinheirada e hipócrita, que deseja manter seus privilégios apoiada numa sociedade historicamente construída em cima de exploração e desigualdade. Escravidão.
Por outro lado, como bem destacou a intérprete de Maria de Fátima esta semana na coluna Telinha, do EXTRA, há alguns anos o comentário de Odete não geraria tanta comoção popular por ser considerado usual. Hoje, apesar dos pesares, há uma parcela da população já mais familiarizada, consciente e letrada nas questões que envolvem o racismo no Brasil. E toda a repercussão mostra que há uma indignação grande por aí, capaz de provocar mudanças e transformar. Afinal, esse é um tema inegociável.
Por fim, todo o burburinho mostra ainda a força social da telenovela, um produto que a elite intelectual sempre adorou detestar. Será mesmo que ninguém mais vê? Esse é um outro debate. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Gabriela Germano é editora-assistente e atua na área de cultura e entretenimento desde 2002. É pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Uerj e graduada pela Unesp. Sugestões de temas e opiniões são bem-vindas. Instagram: @gabigermano E-mail: [email protected].
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