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Ele Vai: No Mundial de Clubes, John Kennedy quer reivindicar título de herói improvável mais uma vez

5 de junho, 2025 | Por: Agência O Globo

Jogador foi o autor do gol que deu o título inédito da Libertadores ao Fluminense em 2023T

John Kennedy, ex-Fluminense, é aposta do Pachuca para o Mundial de Clubes — Foto: Reprodução da Extra

Entre momentos de glória e outros mais delicados, John Kennedy não passa despercebido por onde vai. O mineiro de 23 anos é um dos artilheiros do Pachuca desde que se transferiu ao clube, no início do ano, e parece estar diante de sua melhor versão. Vice-artilheiro da temporada do time mexicano, ele é uma das principais armas da equipe, que enfrentará Real Madrid, Al-Hilal e Salzburg pelo Grupo H do Mundial de Clubes.

Nascido e criado na pequena cidade de Itaúna, localizada a 80 quilômetros de Belo Horizonte, John Kennedy já tinha o futebol como foco e se mudava sem hesitar em busca de oportunidade de jogar bola. Ele viu seu destino mudar completamente aos 14 anos, quando um olheiro do Fluminense observou o adolescente que jogava em uma escolinha em Petrópolis e resolveu levá-lo para as Laranjeiras.

A mudança elevou o futebol de JK a um novo patamar. Após uma dificuldade em se firmar no time profissional — sem espaço no elenco, foi emprestado para a Ferroviária em 2022 e 2023 —, a volta de Fernando Diniz ao cargo de treinador mudou a sorte de John Kennedy. Ele voltou a ser uma peça-chave no elenco e, de garoto problema, virou garoto solução.

Os quatro gols em todas as fases do mata-mata da campanha histórica do Fluminense que seria campeão da Libertadores pela primeira vez, já apontava o brilho da estrela do jogador. E o resultado pareceu óbvio: no final do segundo tempo da decisão contra o Boca Juniors, então empatada em 1 a 1, Diniz chamou o jogador e profetizou: “Você vai entrar e fazer o gol do título”.

Missão dada foi missão cumprida, e foi do pé esquerdo de John Kennedy que saiu o chute que garantiu o primeiro título do Fluminense na Libertadores e evitou os temidos pênaltis. Diante de um Maracanã lotado, o jogador exorcizou os fantasmas do passado do Tricolor e os seus próprios.

No ano seguinte, no entanto, o jogador voltou a ser motivo de polêmica ao ser afastado dos treinos do clube temporariamente. Ao lado de Alexsander, Artur e Kauã Elias, o jogador foi punido com uma suspensão por dois jogos por indisciplina, por promoverem uma festa no hotel em que estavam concentrados antes de uma partida contra o Vasco, com a presença de mulheres e regada a álcool. Ele negou a presença na festa em uma publicação nas redes sociais, mas no dia seguinte apagou o comunicado.

A notícia de mais uma indisciplina foi suficiente para relembrarem histórias do passado do jogador. Em 2022, ele já havia sido afastado da equipe principal por atrasos e falta de comprometimento com os treinamentos, e passou a treinar com o elenco sub-20. Pouco depois, dois homens foram detidos com drogas em um carro que pertencia ao jogador, e mesmo com a ausência de John Kennedy no momento, as notícias e o julgamento público caíram com força total sobre ele.

Foi quando o Tricolor resolveu emprestá-lo para a Ferroviária, para não só tirar a pecha negativa que acompanhava o jogador, mas para recuperar o bom futebol longe do Rio de Janeiro. Mas a aura de problema nunca deixou o jogador, e até mesmo a torcida do Fluminense, em uma espécie de homenagem satírica, criou uma música exaltando o suposto hábito do jogador com o abuso de substâncias na campanha da Libertadores.

De menino-rei que conquistou a glória eterna, John Kennedy passou a ser visto como persona non grata no Fluminense pelo desempenho muito aquém do esperado em 2024, além do envolvimento em polêmicas. Assim, a saída encontrada pelo clube foi emprestá-lo novamente. Desta vez, o tiro foi mais certeiro: no Pachuca, John Kennedy fez as pazes com a bola e voltou a entrar em evidência pelo que faz de melhor.

Em 20 partidas pelo clube, ele balançou as redes em nove oportunidades e tem também duas assistências, chegando a uma média de 0,55 participações em gol por partida. De humor renovado e com a confiança em alta, é difícil parar o Urso — no Rio, no México ou nos Estados Unidos.


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