POLÍTICA

Em Fortaleza, oposição a prefeito petista une bolsonaristas e aliados de Ciro Gomes

10 de janeiro, 2025 | Por: Agência O Globo

Seis dos oito parlamentares eleitos pelo PDT estão na base do governo de Evandro Leitão (PT); dois compõem bancada junto a nomes do PL, PSDB e União Brasil

Ciro Gomes — Foto: @cirogomes

Após ver seu aliado, o ex-prefeito José Sarto, ser derrotado nas eleições municipais de Fortaleza, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) agora vê os políticos ligados a ele do mesmo lado que bolsonaristas. A oposição ao prefeito Evandro Leitão (PT), composta por nove dos 43 vereadores, terá o reforço de dois vereadores aliados do ex-ministro.

PPCell, que fez campanha para o bolsonarista André Fernandes (PL) no segundo turno das eleições, e Jânio Henrique, que é próximo ao ex-prefeito Roberto Cláudio, um dos principais aliados de Ciro, são os únicos dois vereadores do PDT que não são base de Evandro. A decisão dos demais seis parlamentares reflete o isolamento político da ala do ex-ministro.

As eleições de Fortaleza representaram uma derrota para Ciro, que viu a ascensão de um grande ex-aliado. No segundo turno, o PDT não se posicionou formalmente, mas aliados do ex-ministro fizeram campanha para Fernandes. Em contrapartida, o presidente nacional da sigla, André Figueiredo, declarou voto em Evandro Leitão.

O caminho natural para a sigla, em termos ideológicos, seria migrar para o petista, mas as mágoas eram muitas. Além do desejo dos ciristas em ser oposição ao PT no estado, havia um desconforto pessoal com Evandro Leitão.

Ex-pedetista, o deputado estadual esteve no partido até dezembro passado e integra o grupo político do senador Cid Gomes, que está hoje no PSB. Evandro Leitão foi o primeiro cidista a deixar a sigla, após conseguir uma vitória judicial.

O grupo de Cid provocou uma verdadeira debandada no partido por divergências internas: eles queriam ser base do governador Elmano de Freitas e do presidente Lula, ambos do PT.

O mau desempenho do PDT não foi apenas em Fortaleza: a sigla passou de 67 prefeituras para cinco no Ceará, seu principal reduto no país. Os números são um reflexo do rompimento dos irmãos Ferreira Gomes: o PSB de Cid, por outro lado, passou de oito administrações para 65, consolidando-se como o principal partido no estado.


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