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POLÍTICA

Em teste para 2026, Tarcísio tem vitórias em SP, enquanto Caiado e Ratinho Jr travam embates com bolsonaristas

7 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

Tarcísio, Caiado e Ratinho Júnior são apontados como opções da direita com a inelegibilidade de Bolsonaro

Em teste para 2026, Tarcísio tem vitórias em SP, enquanto Caiado e Ratinho Jr travam embates com bolsonaristas
Foto: reprodução

A abertura das urnas neste domingo deu algumas mostras da influência eleitoral de personagens políticos cotados para a disputa presidencial de 2026, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Os três são citados como opção para o campo adversário de Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível.

Enquanto Tarcísio conseguiu vitórias nas cidades em que se envolveu, Caiado e Ratinho terão disputas acirradas com candidatos bolsonaristas, em uma divisão na direita em suas bases eleitorais.

O desempenho do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que passou para o segundo turno em primeiro lulgar, foi considerado uma vitória para Tarcísio. O governador paulista foi um dos principais cabos eleitorais do emedebista e sinaliza o papel que ele pode ter na disputa de daqui a dois anos. Nunes irá disputar o segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL), candidato de Lula.

O emedebista enfrentou uma campanha acirrada com Pablo Marçal (PRTB) pelo voto da direita e chegou a figurar em terceiro em algumas pesquisas eleitorais, mas terminou o primeiro turno na dianteira, ainda que com 29,48% dos votos válidos, próximo de Boulos, que teve 29,07%, e de Marçal, com 28,14%.

O governador também teve um papel importante para convencer Bolsonaro a não desembarcar da campanha do candidato. Na entrevista após o resultado, Nunes agradeceu primeiro a Tarcísio.

Em outras cidades, o governador preferiu não se posicionar para não entrar em bola dividida. Em São José dos Campos, Santos e Sorocaba, por exemplo, candidatos do partido de Tarcísio enfrentaram nomes do PL, de Bolsonaro. Ainda que não tenha se envolvido, os candidatos apoiados pelo partido do governador em Sorocaba e São José dos Campos venceram. Santos terá uma disputa entre Rogério Santos (Republicanos) e Rosana Valle (PL), ambos da base do governador.

Em Campinas, que é hoje a principal cidade administrada pelo Republicanos de Tarcísio, o prefeito Dario Saadi (Republicanos) foi reeleito. O governador também colheu resultados positivos em Ribeirão Preto e Mogi das Cruzes, onde se aliou nos dois casos com os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e o do PSD, Gilberto Kassab.

Já Ronaldo Caiado viu seu candidato Sandro Mabel (União Brasil) avançar para o segundo turno em Goiânia, mas ficou em segundo lugar no primeiro turno, atrás do candidato bolsonarista Fred Rodrigues (PL).

O candidato de Caiado em Aparecida de Goiânia, segunda maior do estado, Daniel Vilela (MDB) também vai enfrentar um bolsonarista no segundo, que é Professor Alcides (PL). Em Anápolis, terceira maior cidade, a candidata do governador, Erizania (União Brasil), ficou fora do segundo turno, que será disputado entre Marcio Correia (PL) e Antonio Gomide (PT).

Nas capitais, o seu partido, o União Brasil conseguiu ainda eleger prefeitos em Salvador e Teresina.

No Paraná, Ratinho Júnior vive cenário parecido de divisão na direita. Na capital de seu estado, o seu candidato Eduardo Pimentel (PSD) irá enfrentar Cristina Graeml (PMB). Mesmo com o PL na coligação de Pimentel, Bolsonaro indicou voto em Graeml.

Também pesou uma campanha de bolsonaristas contra o PSD. Eles estão insatisfeitos com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, pela legenda ser base de Lula e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), por não pautar pedidos impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.

Em outras cidades importantes do estado, como Londrina e Foz do Iguaçu, o governador também emplacou aliados, mas perdeu em Ponta Grossa e Maringá.

Em processo de desidratação, Ciro Gomes (PDT) teve resultados ruins no Ceará, com a derrota do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), além de seus aliados terem perdidos nas principais cidades do estado, como Caucaia e Maracaú. Em Sobral, sua base, Ciro não lançou nenhum candidato. Candidato a presidente quatro vezes, Ciro é considerado carta fora do baralho para a disputa de 2026. Ele mesmo tem negado a possibilidade de participar.

Da mesma forma, o PSDB, partido que hoje figura entre as legendas de menor expressão, mas que ainda tem pretensões de apresentar um projeto presidencial em 2026, com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, teve um resultado ruim no quadro geral de cidades, sem eleger nenhum prefeito de capital e sem passar também para o segundo turno.

Nem em Pelotas, cidade onde Leite foi prefeito, o PSDB ganhou. O tucano Fernando Estima ficou fora do segundo turno, que vai ser disputado entre Marroni (PT) e Marciano Perondi (PL). A candidata dele em Porto Alegre, Juliana Brizola (PDT), também ficou foram do segundo turno, disputado entre Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT).

O prefeito Fuad Noman (PSD) vai para o segundo turno na capital mineira com o bolsonarista Bruno Engler (PL). Fuad é aliado do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), de quem já foi secretário quando ele foi governador, mas o tucano não teve participação na campanha do prefeito.

Em Campo Grande, o tucano Beto Pereira, do partido do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, não avançou para o segundo turno, que será entre Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil).

Aécio articulou diretamente as candidaturas de Datena (PSDB) em São Paulo e de Marcelo Queiroz (PP) no Rio e ambas saíram derrotadas.


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