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Endrick pede espaço na seleção brasileira e pode mudar dinâmica do time; entenda

10 de junho, 2024 / Por: Agência O Globo

Atacante se credencia a uma vaga na equipe inicial de Dorival Júnior para a disputa da Copa América nos EUA

Endrick pede espaço na seleção brasileira e pode mudar dinâmica do time; entenda
Endrick mostra seu número 9 após marcar mais um gol pela seleção brasileira — Foto Rafael RibeiroCBF

É inegável que Vinícius Júnior é o melhor jogador brasileiro em atividade. Favorito ao prêmio da Bola de Ouro, o atacante nutre expectativa de que terá na seleção brasileira o mesmo desempenho que apresentou no Real Madrid nas últimas temporadas. No entanto, até agora, quem tem ocupado os holofotes no time de Dorival Júnior é outro atacante do clube merengue. Com três gols nas três partidas sob o comando do treinador — sendo um deles o da vitória do Brasil por 3 a 2 sobre o México, já nos acréscimos, no sábado —, Endrick, hoje reserva, criou uma boa dor de cabeça para o técnico às vésperas da Copa América.

Mais do que gols, o camisa 9 é capaz de entregar características que nenhum outro convocado possui como centroavante. Evanilson, opção já da posição, tem estilo de jogo mais fixo, trabalhando com os companheiros para fazer o pivô, tabelar, entre outros recursos.

Já Rodrygo, que seria utilizado como falso nove caso Raphinha seja o escolhido — o jogador do Barcelona é quem disputa vaga com o ex-Palmeiras —, é o oposto. Versátil, o camisa 10 tende a flutuar mais no ataque, o que possibilitaria melhor movimentação, mas deixaria a equipe sem uma referência. Endrick, por sua vez, concentra todas essas características.

— O pessoal fala que sou muito pequeno para ser camisa 9. Mas não é questão de ser pequeno, é o posicionamento — argumentou o jogador após garantir a vitória sobre o México justamente com um gol de cabeça.

Ataque móvel

Além de saber se posicionar, como bem mostrou nos gols contra México e Espanha, Endrick é um atacante capaz de ganhar disputas aéreas e por baixo contra defensores de maior porte físico. Assim, pode até jogar de costas para o gol quando necessário. No entanto, como também é veloz e inteligente, consegue sair da área para trabalhar as jogadas vindo de trás ou pelas pontas, abrindo espaço para que outros jogadores surjam como elemento-surpresa.

— Quero um homem centralizado que não dê a condição (do embate físico) aos dois zagueiros. Quero muita liberdade de movimento para chegar com muitos homens para as conclusões — explicou Dorival Júnior.

A tendência é que essa fluidez ofensiva na seleção brasileira seja vista contra os Estados Unidos, no amistoso desta quarta-feira, às 20h, e também durante a Copa América, que começa para o Brasil no dia 24.

Seja com Endrick, que se coloca como favorito, ou Raphinha, a seleção terá o entrosamento entre Vini Jr. e Rodrygo como trunfo. No Real, é normal ver a dupla trocando de posição e função no ataque, sendo um o arco e outro, a flecha.

Já acostumado a ver seu nome junto aos de outras lendas do futebol nacional e mundial, como o próprio Vini Jr., Endrick tem sido comparado a Pelé nesses últimos dias por conta de um feito alcançado na partida contra o México. O atacante se juntou ao Rei como os únicos jogadores a marcar gols em todas as três primeiras partidas pela seleção com menos de 18 anos.

Mesmo com o início meteórico da joia no time canarinho, Dorival não assegura a titularidade do atacante. No sábado, foram 29 minutos, com três finalizações, um drible certo, uma falta sofrida e um gol marcado.

— Nós temos que ter calma, paciência, sem comparações nenhuma em relação a um nome ou outro. Acho que o Endrick tem que se fazer por ele próprio, buscar o próprio espaço, e isso vem acontecendo. Mas com calma. Vamos ter muito cuidado com esse garoto. Está acontecendo muita coisa na sua vida e em muito pouco tempo. O importante é que ele não perdeu a essência — argumentou Dorival.

Na entrevista após o amistoso, Endrick condenou qualquer comparação entre ele e Pelé. Argumentou que “cada um tem sua história, sua realidade, da onde veio e o que passa para poder jogar”. E preferiu fazer uma espécie de convocação:

— Vocês, brasileiros, têm que apoiar a gente. Estamos fazendo de tudo para vocês estarem com a gente e voltarem a assistir aos jogos do Brasil. É isso que queremos, não as comparações.

Apesar de destacar comparações, Endrick não esconde o desejo de se tornar um ícone para o torcedor.

— Agradeço por estar jogando pela seleção, onde ninguém pode torcer contra mim. Ter a torcida de todos os brasileiros é muito importante e lindo. Espero que todas as criancinhas estejam felizes — completou.


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