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Enfermeiros obstetras realizam quase 40% dos partos normais na rede pública do DF 

9 de outubro, 2025 | Por: Agência Brasília

Aumento crescente da participação do especialista na assistência é destaque nos últimos cinco anos; perfil profissional assegura abordagem humanizada

Ao longo de 2024, quase 40% dos partos normais nas unidades hospitalares da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) foram realizados por enfermeiros obstetras. A especialidade atua na assistência em partos de baixo risco ou compartilhados com a equipe médica. A participação desse profissional assegura uma abordagem centralizada nas necessidades e nos desejos da gestante, oferecendo um ambiente acolhedor e seguro.

Sob o guarda-chuva da SES-DF estão 172 enfermeiros obstetras, além de profissionais com especialização em obstetrícia. A primeira nomeação para esse cargo foi realizada em 2019. Desde então, nos últimos cinco anos, destaca-se o aumento crescente da participação do profissional na assistência relacionada ao parto e ao nascimento.

A participação de enfermeiros obstetras em todas as etapas do processo de dar à luz assegura uma abordagem humanizada | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Em 2024, foram mais de 6 mil partos assistidos por enfermeiros obstetras na rede pública frente aos cerca de 2 mil, em 2020. A transformação é parte da estratégia da Rede Cegonha, programa que propõe a melhora do atendimento às mulheres durante a gravidez, parto e pós-parto; e aos recém-nascidos e crianças até os dois anos de idade.

“Não são apenas números. Buscamos uma mudança positiva do modelo de assistência”, explica a gerente de Serviços de Enfermagem Obstétrica da SES-DF, Gabrielle Mendonça. “A intenção, continuamente, é oferecer melhorias à segurança, à satisfação dos pacientes e à qualidade do cuidado”, acrescenta. 

Ênfase no cuidado à saúde

O modelo de assistência colaborativa entre médicos e enfermeiros obstetras do HRSam foi premiado na 19ª Mostra Brasil, aqui tem SUS

Todos os centros obstétricos da rede pública dispõem dessa assistência especializada. Os hospitais regionais de Samambaia (HRSam) e de Brazlândia (HRBz) aparecem com a maior proporção de partos vaginais realizados por enfermeiros obstetras. São 66,7% e 76,9%, respectivamente.

A unidade de Samambaia, onde há o maior corpo técnico (17 enfermeiros obstetras no centro obstétrico e 7 em outros setores), é referência no trabalho interdisciplinar. Em 2024, o modelo de assistência colaborativa entre médicos e enfermeiros obstetras foi premiado na 19ª Mostra Brasil, aqui tem SUS, na modalidade Gestão e Planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Trabalhar como enfermeira obstetra no centro obstétrico do HRSam significa trabalhar em conjunto”, ressalta a enfermeira obstetra Gracielle Freitas, que integra as equipes da unidade de Samambaia e da Casa de Parto de São Sebastião.

“Direcionamos o nosso olhar para o cuidado, que é uma característica própria da formação em enfermagem; enquanto a equipe médica fica responsável, prioritariamente, pelos atendimentos de alto risco”Gracielle Freitas, enfermeira obstétrica

Para a profissional, o cuidado compartilhado por médicos e profissionais de enfermagem favorece o bem-estar integral. “Dessa forma, conseguimos melhorar os indicadores de qualidade de assistência (à mãe e ao recém-nascido), promover medidas facilitadoras do trabalho de parto e do alívio da dor”, detalha. “Direcionamos o nosso olhar para o cuidado, que é uma característica própria da formação em enfermagem; enquanto a equipe médica fica responsável, prioritariamente, pelos atendimentos de alto risco”, explica Freitas. 

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