Entenda como deve funcionar o Drex, a moeda digital do BC
20 de fevereiro, 2025
| Por: Agência O Globo
Segundo o Banco Central, o real digital passa por uma fase de testes prevista para encerrar ao fim do segundo semestre de 2025
Real Digital passa a se chamar Drex e pode revolucionar sistema financeiro brasileiro, segundo especialistas — Foto: Editoria de Arte
O Banco Central (BC) prevê lançar ainda neste ano o Drex, CBDC (Moeda Digital do Banco Central, na sigla em inglês) brasileira. Com a inovação, o BC visa a modernização do sistema financeiro nacional com a automatização de processos financeiros. O Drex ainda passa por uma nova fase de testes, que deve encerrar no fim do primeiro semestre de 2025.
Entenda a seguir o que é o Drex e as mudanças que o real digital pode trazer para o sistema financeiro:
O que é uma CBDC?
CBDCs são moedas digitais emitidas por bancos centrais que funcionam como uma versão virtual do dinheiro de um país. Ou seja, o Drex será uma representação virtual das notas físicas de real, que existirão apenas no ambiente virtual.
Grande parte das transações já é feita de forma digital. Com uma moeda digital, no entanto, o BC poderá emitir dinheiro de forma virtual, o que só é possível fazer atualmente por meio de notas e moedas em espécie.
Como vai funcionar?
A CBDC não segue a mesma lógica de uma criptomoeda, como o bitcoin, que é emitido e distribuído de forma descentralizada. A moeda digital emitida por um Banco Central tem como fundamento a sua regularização pela autoridade monetária de um país.
Desse modo, todas as decisões sobre o Drex serão centralizadas pelo Banco Central brasileiro, que é a instituição responsável pela regulação do sistema financeiro do país.
Para ter acesso à Plataforma Drex, é necessário contar com intermediário financeiro autorizado, como um banco. O intermediário vai ser o responsável por fazer a transferência do seu dinheiro depositado na conta para a carteira digital do Drex. A partir disso será possível realizar transações com ativos digitais.
Quais inovações o Drex pode trazer?
Segundo o BC, com o Drex, será possível realizar diversos tipos de transações financeiras com ativos digitais e contratos inteligentes.
Os contratos inteligentes são executados automaticamente por meio de um software. Uma das suas aplicações práticas é na compra e venda de carros usados. Com eles, seria possível que a titularidade só passasse ao comprador no momento em que o vendedor recebesse o pagamento.
Quando será lançado?
Em maio do ano passado, o BC anunciou que o projeto piloto do Drex entrou em uma nova fase de testes que vai até o fim do primeiro semestre de 2025. Nesta nova fase o BC vai testar soluções tecnológicas testadas para garantir privacidade nas futuras transações do real digital.
Inicialmente, a intenção do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, era lançar o real digital na virada de 2024 para 2025.
Segundo o BC, nesta nova fase do Piloto Drex, será necessário avaliar diferentes casos de uso, mas sempre levando em conta os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor. Serão incluídos ativos não regulados pelo BC no ambiente de testes, o que demandará assegurar a participação ativa de outros reguladores na plataforma Drex, em especial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), destacou o órgão. O BC afirmou que a CVM já acompanha a evolução da moeda digital do Brasil.