
Brasil pode retomar exportações de carne de frango em 28 dias, diz ministro
Depois de 28 dias sem novos casos de gripe aviária, exportações de frango podem voltar ao normal, afirma o ministro Fávaro.
Estudo da Ação da Cidadania aponta 32% dos profissionais não conseguem garantir uma alimentação adequada
Sete em cada dez (72%) entregadores de comida por aplicativo do Rio de Janeiro e São Paulo não realizaram contribuições previdenciárias no ano passado. Esse dado revela uma situação de vulnerabilidade desses trabalhadores, especialmente porque 66,6% são os principais responsáveis pela renda da família. Além disso, 41% já sofreram acidente de trabalho, que gerou em 16% dos casos de afastamento das atividades profissionais. Esses números são de uma pesquisa inédita da Ação da Cidadania.
A rotina desses trabalhadores é intensa: dos 1.700 entrevistados, 56,7% trabalham todos os dias e 56,4% passam mais de nove horas por dia nas ruas. Para 91,5% deles, essa é a ocupação principal, e mais de 86% não exercem nenhuma outra atividade profissional.
Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, aponta que a assistência que deixa de ser feita pelas empresas de aplicativo de entrega passam a ser descontado de assistências sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas); e de serviços públicos, como o Sistema Único de Saúde (SUS):
– Com esse modelo de relação trabalhista, o Estado acaba financiando o lucro da empresa porque ela não está pagando por esses serviços essenciais para os trabalhadores. Ou seja, as empresas deveriam estar sendo responsabilizadas por questões trabalhistas e previdenciárias.
Para Kiko, os entregadores acabam aceitando essas condições de trabalho por uma falsas sensação de liberdade de horário e produção.
– Essas pessoas se sentem livres em relação a horário, mas elas não percebem que, para conseguir tirar algum dinheiro, precisam trabalhar todos os dias — avalia
Mesmo dedicando tanto tempo ao trabalho, 13,5% vivem em restrição alimentar moderada ou grave, um índice superior à média nacional de 9,4%. Além disso, 32% estão em situação de insegurança alimentar, ou seja, três em cada dez entregadores têm dificuldades para garantir uma alimentação adequada.
Os custos da profissão ajudam a explicar esse cenário. Quase todos os entrevistados (99%) pagam do próprio bolso o plano de dados para acessar o aplicativo de entregas. A maioria (93,4%) não têm seguro para o celular.
Outros dados que chamam atenção é que 90,6% não possuem seguro de vida e 90% não contam com plano de saúde.
O seguro do veículo também é um gasto difícil de bancar: 67,6% afirmam que não possuem essa proteção.
Dessa forma, os custos com ferramentas de trabalho recaem exclusivamente sobre o entregador, que ainda precisa arcar com despesas fixas de moradia e alimentação.
A pesquisa revela ainda o perfil dos entregadores: 93,9% são homens e 67% são negros. Além disso, mais de 92% não estão na universidade e 76,4% concluíram somente o ensino fundamental ou médio.
Ainda segundo a pesquisa, a maior parte (60,2%) têm entre 18 e 29 anos, o que indica uma grande presença de jovens nesse setor.
O especialista avalia que esse perfil tem como principal causa os efeitos do racismo estrutural no mercado de trabalho.
– A gente percebe claramente que as pessoas negras e mais pobres estão acessando esses empregos porque falta oportunidade. Elas são vítimas de racismo de todas as formas e não conseguem um emprego que pague bem – opintou Rodrigo “Kiko” Afonso.
Depois de 28 dias sem novos casos de gripe aviária, exportações de frango podem voltar ao normal, afirma o ministro Fávaro.
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