
Pacientes da UBS do Guará elogiam atendimento e cuidado contínuo
Só neste ano, mais de 6 mil moradores já foram atendidos na Unidade Básica de Saúde da região administrativa
Ações que combinam monitoramento diário e limpeza de regiões estratégicas do DF têm mostrado eficácia para combater o Aedes aegypti, resultando em reduções expressivas, em comparação ao início de 2024
Desde janeiro de 2024, uma força-tarefa composta por 11 órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), instituída pela portaria nº 11, de 22 de janeiro, está ativa, coordenando iniciativas de prevenção e controle da dengue em todo o território do DF. Entre janeiro e maio deste ano, a capital federal registrou reduções significativas que chegaram a cerca de 97% nos casos prováveis da doença, em comparação com o mesmo período de 2024.
A queda está registrada no Portal de Informações da Saúde do DF (InfoSaúde-DF), que aponta a diminuição nos primeiros meses de 2025 em comparação com os do ano passado. Entre janeiro e maio de 2024, foram registrados 266.346 casos prováveis de dengue, ao passo que em 2025, até o momento, foram 6.930 casos – uma redução de aproximadamente 97% do valor.
Entre as medidas tomadas pelo GDF por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), está a atualização do Plano de Contingência 2024/2025, com diretrizes para resposta a emergências em saúde pública relacionadas a dengue, zika e chikungunya. O trabalho das equipes também contempla a instalação de 2.772 ovitrampas em 22 regiões administrativas, totalizando 30.635 aplicações entre janeiro e abril de 2024, para monitoramento da infestação, além da implantação de estações disseminadoras de larvicida, interrompendo o ciclo de reprodução do mosquito.
A aplicação de inseticida residual em locais com grande circulação, como escolas, rodoviárias e estações de metrô, também contribui para a alta redução dos casos registrados, além do lançamento, em janeiro deste ano, de um painel online com dados atualizados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) – um registro feito quatro vezes ao ano com o acompanhamento de todas as ações da Vigilância Ambiental nas regiões, mapeando as áreas mais propícias índices maiores de dengue.
As ações de combate também incorporam o início das tratativas para adoção da tecnologia Wolbachia – que utiliza mosquitos infectados com a bactéria para reduzir a transmissão dos vírus -, além da nomeação de 400 agentes de Vigilância Ambiental, que intensificou as ações em campo, e da inspeção de 630.995 imóveis, que contribuiu para a eliminação de focos do mosquito.
Um monitoramento diário é feito pela Vigilância Ambiental junto à comunidade, não apenas para eliminar focos do mosquito nas residências, mas também para orientar os moradores e promover educação ambiental. As visitas domiciliares ocorrem a cada dois meses, período em que os agentes retornam para manter o controle e reforçar a conscientização local. Na ocasião, sempre é feito o tratamento da área com inseticidas, coleta de água contaminada e a verificação de todos os possíveis depósitos que possam gerar acúmulo de água.
“É muito importante que a população aceite as visitas, porque os agentes têm um olhar mais clínico e podem identificar focos que o morador pode não perceber”, orienta a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Vicente Pires, Roberta Ferreira. “Todos os nossos profissionais estão totalmente identificados com uniforme e crachá.”
Roberta lembra ainda que, atualmente, a legislação permite que as equipes entrem em qualquer local que represente risco à saúde pública, o que possibilita a presença da Vigilância Ambiental em 100% dos lotes abandonados e a monitoração desses espaços de forma contínua para eliminação de focos do mosquito vetor da dengue.
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) também teve um papel fundamental nas ações de enfrentamento, atuando diretamente na limpeza urbana e no combate ao descarte irregular de resíduos, que é um dos principais agravantes da proliferação do Aedes aegypti.
Desde janeiro de 2024, foram realizadas dez edições dos mutirões do SLU junto às administrações regionais, cobrindo 25 cidades do DF e resultando na coleta de mais de 19 mil toneladas de entulho e resíduos. Durante as ações, equipes de mobilização ambiental orientam moradores sobre o descarte correto, horários da coleta regular e uso adequado dos papa-lixos e papa-entulhos.
As campanhas de conscientização também desempenham uma função primordial na saúde pública e combate ao mosquito vetor de doenças, como a campanha “Cidade limpa vence a dengue; seja consciente”, que veiculou mensagens educativas por meio de 187 caminhões de coleta, redes sociais, distribuição de panfletos e ações porta a porta, reforçando a importância do descarte adequado de resíduos para eliminar focos do mosquito.
Outros destaques na atuação da pasta englobam a remoção de mais 6.540 toneladas de entulho descartado irregularmente, a operação de 24 unidades de papa-entulho – que receberam mais de 42 mil toneladas de resíduos em 2024 -, a atuação de três equipes de mobilização ambiental com apoio de carros de som e ações educativas, palestras e apresentações teatrais em escolas e a inclusão do SLU no Grupo Executivo de Ações de Combate à Dengue, conforme o decreto nº 47.056, ampliando sua atuação estratégica.
Na primeira edição deste ano, foram recolhidas 534 toneladas de descarte regular. O subdiretor de Limpeza Urbana, Everaldo Araújo, reforça que é um trabalho contínuo, e chama atenção para o perigo do descarte irregular de lixo – que pode gerar locais com pontos de vetores de doenças como dengue, chikungunya e zika -, além de ser um crime ambiental, com penalidades que incluem multas de R$ 2,9 mil a R$ 293 mil.
“Nós temos o aplicativo SLU Coleta DF, onde a população pode acessar e ver os dias e horários da coleta orgânica e seletiva, assim como está no nosso site”, indica Everaldo. “Lá também tem o endereço dos papa-entulhos; são 23 espalhados por todo o Distrito Federal, onde é possível fazer o descarte de forma correta. Ou seja, não tem desculpa, não tem por que lançar lixo, podas, entulhos ou inservíveis em qualquer área pública.”
Parte das ações de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti consiste em atuar diariamente em todo DF, focando uma região administrativa por semana. Recentemente, Vicente Pires foi contemplada e recebeu equipes que atuaram em um mutirão do SLU.
Com o objetivo de eliminar pontos de descarte irregular de lixo, que frequentemente se tornam criadouros do vetor, este é o segundo mutirão na cidade, que recebeu a ação entre 27 de fevereiro e 1° de março. A operação feita na última semana de maio contou com 40 trabalhadores da limpeza urbana.
O administrador de Vicente Pires, Anchieta Coimbra, pontua que a região apresenta um grande fluxo de pessoas pela localização estratégica, o que torna o trabalho das equipes de saúde essencial para dar mais de qualidade de vida nas famílias, deixar a cidade mais limpa e, consequentemente, com menos riscos de doenças transmitidas por mosquitos, roedores e outros vetores.
“O governo tem trabalhado muito com uma comunicação mais instruída, então a população está consciente e tem interagido de forma muito proativa”, avalia. “É um momento importante, e a cidade agradece. Limpeza é, antes de mais nada, saúde. E saúde é qualidade de vida.”
Na casa do bombeiro militar Carlos Lacerda, 56 anos, não houve erros. Com a piscina coberta e nenhuma água parada à vista, ele cuida semanalmente de tudo para que os casos de dengue que já acometeram a família não se repitam. “É muito importante que as pessoas abram as casas para que os agentes entrem e fiscalizem; pode ser que tenha um pratinho ali ou uma garrafa que precisa ser virada”, sinaliza. “Afinal, estamos mexendo com vidas, a dengue é realmente muito perigosa. A gente fica feliz quando vê um agente, porque às vezes ele dá uma dica de um detalhe que é importantíssimo”.
A servidora pública Núbia Costa Gama, 49, também foi visitada pelos agentes de Vigilância Ambiental que atuavam em Vicente Pires e anotou uma dica valiosa: trocar a água dos vasos das plantas aquáticas semanalmente para evitar que sua casa seja um ambiente propício para o desenvolvimento do ciclo do Aedes aegypti.
“Foi muito importante, às vezes a gente não percebe que tem foco de dengue em algum objeto, e os agentes alertam”, relata. “Não adianta só eu cuidar da minha parte e os outros não cuidarem, porque o risco vai estar sendo o mesmo. Tem que ser um trabalho em conjunto com todos os vizinhos para evitar focos do mosquito.”
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