Estudo revela que 63% dos brasileiros usaram o Pix pelo menos uma vez por mês em 2024
14 de março, 2025
| Por: Agência O Globo
Valor das transferências médias no país foide R$ 190,57, segundo levantamento da FGV
O Pix já se tornou um elemento fundamental na rotina da população — Foto: Reprodução
O Pix se tornou a transação financeira mais utilizada pelos brasileiros. Ao longo do ano passado, 63% da população realizou ao menos um pagamento instantâneo por mês no país, segundo o estudo “Geografia do Pix” da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Entre as regiões do país, a maior adesão (66,7%) foi no sudeste, com destaque para o Rio de Janeiro, que teve 70,52% dos moradores realizando Pix todos os meses. No ranking nacional, o estado fluminense teve a terceira maior adesão, ficando atrás do Distrito Federal (79,05%) e do Amapá (71,56%). Já as menores adesões aconteceram no nordeste (58,3%) e no norte (60,5%).
O estudo cruzou dados de transações de pagamento feitas por pessoas físicas e a média mensal para cada município, do Banco Central, com os dados do Censo Demográfico de 2022, do IBGE.
Mesmo com os diferentes números entre as regiões e os estados, Lauro Gonzalez, um dos autores do estudo e coordenador do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, afirma que a taxa de adesão Pix é alta em todas por trazer redução no custo das transações financeiras.
– Os meios de pagamento, especialmente para a população de baixa renda, eram muito caros. Com a introdução do Pix, sendo gratuito, acabou com isso, facilitando o acesso das pessoas a esses pagamentos. Esse fator explica a alta taxa de adesão, que tem se mostrado relativamente elevada em todos os estados e crescido de forma muito rápida – explica.
Uso do Pix por estrangeiros
Um caso de destaque no estudo é o do município de Pacaraima, de Roraima, que teve uma adesão ao Pix superior a 500%. Mesmo tento uma população de 19.305 habitantes, houve uma média de 106.104 usuários da transferência instantânea por mês.
O especialista explica que a principal razão para essa alta taxa de adesão é a proximidade da cidade com a fronteira da Venezuela, o que faz do Pix uma alternativa também para estrangeiros:
– O grande número de venezuelanos que vivem na região mostra que o sistema consegue atender até mesmo pessoas com uma conexão temporária com o país, mas que precisam realizar pagamentos.
Média de Pix por pessoa
Embora tenham tido os menores percentuais de uso mensal, os maiores números médios de Pix por pessoa mensalmente foram do norte (41) e nordeste (37), ambos acima da média nacional de 32 transações. Em relação aos estados, o Amazonas liderou, com cada habitante fazendo em média 48 transações por mês.
– Os locais com o maior número de transações por usuário são geralmente os de menor renda porque, nesses lugares, as pessoas têm acesso limitado a outros meios de pagamento, em comparação com as regiões mais ricas. Como resultado, elas recorrem mais ao PIX, já que, por exemplo, possuem menos cartões de crédito – analisa Lauro Gonzalez.
Quantias transferidas via Pix
Em relação aos valores do Pix, os brasileiros transferiram em média R$ 190,57 no ano passado. As regiões norte (R$ 147,58) e nordeste (R$ 151,47) registram valores médios de transação mais baixos em comparação com as regiões centro-oeste (R$ 240,37), sul (R$ 223,84) e sudeste (R$ 208,80).
Entre os estados, o Mato Grosso teve o maior valor médio de transferência (R$ 272,44), enquanto o Amazonas registrou o menor (R$ 119,07). Segundo Gonzalez, a renda da população é um dos fatores que influenciam esse resultado.
– A renda ajuda a explicar o valor médio das transações. Nos estados mais ricos, esse valor tende a ser maior, enquanto nos estados com menor renda, como os do Norte e Nordeste, ele costuma ser menor – esclarece.