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Levantamento feito pelo New York Times mostra que o ritmo de vacinação despencou em pelo menos 10 Estados
Um levantamento feito em 10 Estados norte-americanos mostrou que mais de 1 milhão de doses de vacinas contra a covid-19 foram desperdiçadas e descartadas desde o início da campanha nacional de imunização dos EUA, em dezembro do ano passado.
A maior parte do desperdício aconteceu nas últimas semanas, com a queda generalizada no ritmo da vacinação em todo o país, que agora tem cerca de 20% do pico de 3,4 milhões de aplicações diárias, atingido em abril, segundo a análise feita pelo New York Times.
Apenas na Georgia, mais de 110 mil doses foram descartadas, segundo as autoridades locais. Das mais de 53 mil doses desperdiçadas em Nova Jersey, mais de 20 mil foram descartadas em junho, contra apenas 4 mil em abril. Em Ohio, foram mais de 370 mil doses destruídas sem uso, e outras 50 mil em Maryland.
Entre as razões para o descarte estão a quebra de ampolas, problemas de armazenamento e transporte, datas de validade vencidas e doses que foram preparadas, mas ficaram sem uso porque as pessoas não compareceram aos agendamentos. Mesmo assim, o total de desperdício fica em menos de 2% do total de vacinas distribuídas e aplicadas, segundo as autoridades.
Na Georgia, mais de 8,5 milhões de doses foram administradas, o que significa que o desperdício ficou em 1,4% das vacinas recebidas pelo governo. Em Idaho, cerca de 2% do estoque foi perdido, e menos de 0,5% em Nova Jersey.
De acordo com o jornal, os mesmos problemas podem ter acontecido em outros Estados que não forneceram os dados solicitados. A Carolina do Norte e a Carolina do Sul não responderam aos pedidos. Além disso, os dados estaduais não incluem as doses que o governo federal entrega diretamente para as redes de farmácias que participam da campanha, onde pode haver mais desperdício não contabilizado.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), principal autoridade sanitária do país, também não forneceu dados para um contexto nacional.
A vacinação segue sendo um desafio para o governo norte-americano, especialmente após o aumento da propagação da variante Delta do coronavírus entre pessoas não-vacinadas por todo o país. O CDC alertou que mesmo pessoas vacinadas podem transmitir a variante Delta e recomendou que pessoas imunizadas em locais com surtos usem máscaras.
Alguns Estados vêm apresentando um leve aumento nos números da vacinação. Na última sexta-feira, foram mais de 850 mil doses em todo o país, o que fez a média diária registrada na semana subir para 650 mil. Há três semanas, esse número estava em cerca de 500 mil doses.
Até o momento, 57,2% de toda a população dos EUA — cerca de 191 milhões de pessoas — já recebeu pelo menos uma dose de vacina e 49,17% — pouco mais de 164,4 miilhões — está completamente imunizada.
“No início, era uma crise porque as pessoas queriam a vacina e não podiam recebê-la e agora é uma crise porque temos as vacinas e as pessoas não querem”, disse Marcus Plescia, diretor médico da Associação de Funcionários de Saúde de Estados e Territórios dos EUA.
O país não pode nem ao menos reunir as doses não-utilizadas e mandar para outros países porque, pelos regulamentos, elas passam a ser propriedade dos Estados e não podem ser recolhidas pelo governo federal.
“Então estamos assim, com toneladas de vacinas paradas e há muitos outros países do mundo onde as pessoas estão desesperadas para serem vacinadas”, lamentou Plescia, em entrevista ao New York Times.
Fonte:
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