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Ex-assessor de Bolsonaro pede acareação com Mauro Cid por afirmação sobre monitoramento de Moraes, Lula e Alckmin

29 de julho, 2025 | Por: Agência O Globo

Defesa de Marcelo Costa Câmara apresentou pedido ao ministro Alexandre de Moraes

Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — Foto: Reprodução

A defesa do coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a realização de uma acareação entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.

Os advogados que representam Câmara argumentam que a medida é “imprescindível na busca da verdade real” diante de três pontos considerados contraditórios nas declarações prestadas por Cid à Polícia Federal.

Eles citam o artigo do Código de Processo Penal que prevê a possibilidade de acareação em caso de divergência entre depoimentos, e lembram que o ministro Alexandre de Moraes já autorizou a realização de acareações no âmbito da trama golpista.

A defesa contesta especificamente os seguintes trechos do depoimento de Mauro Cid: a afirmação de que Marcelo Câmara teria acessado e manipulado as chamadas “minutas golpistas” durante reuniões realizadas no Palácio da Alvorada; a declaração de que o coronel promovia um monitoramento “perene, contínuo e consciente” do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Os advogados contestam ainda o relato segundo o qual, no início do suposto monitoramento, Câmara não sabia o motivo dos pedidos de informação feitos por Cid, mas que, com o tempo, teria tomado ciência do real propósito das solicitações encaminhadas pelo major Rafael Martins de Oliveira.

Segundo os advogados, as declarações de Cid estão “isoladas e dissociadas dos demais elementos de prova” reunidos no inquérito.

Por isso, argumentam que a acareação é fundamental para esclarecer as supostas incongruências e confrontar diretamente as versões apresentadas, contribuindo para o esclarecimento dos fatos investigados.

Moraes já autorizou a realização de acareações em após a fase de interrogatórios do núcleo crucial da trama golpista. Os procedimentos foram solicitados pelas defesas de Anderson Torres e de Walter Braga Netto na fase de diligências adicionais.

Na ocasião, ficaram frente a frente três réus e uma testemunha no processo. Uma delas foi entre Cid e Braga Netto, e a outra entre Torres e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que é testemunha no processo.


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