O festival Favela Sounds realiza sua 8ª edição entre 10 e 15 de fevereiro de 2025, com programação formativa espalhada em diferentes regiões administrativas (RAs) do Distrito Federal (DF) ao longo da semana, e uma maratona de apresentações musicais que exaltam as culturas das favelas do Brasil e de guetos globais no sábado (15/02), a partir das 14h, no CCBB. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados a partir do dia 07 de fevereiro, pelo site bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB Brasília.

Entre os nomes elencados para a edição especial, estão novas expressões do rap, trap, pagodão baiano, tecnobrega, rock doido, bregafunk, funk, afrobeat e outros estilos que dominam as ruas de norte a sul do país e de outros cantos do mundo. O rap/trap e o R&B, carros-chefe do Favela Sounds, são representados por AJULIACOSTA, Budah, Afreekassia e Mac Júlia, as três primeiras fazendo suas estreias em Brasília; pela cantora Laady B, as DJs J4K3 e Beatmilla, e o projeto Bamba Flow – encontro dos DJs UMiranda e Nyack.

AJULIACOSTA é de Mogi das Cruzes e tem 26 anos. No show, ela apresenta repertório do EP “Aju” (2022), do álbum “Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva” (2023) e singles que fazem muito sucesso nas redes sociais. Mac Júlia é cantora e compositora de Betim (MG). Cria das Batalhas de Rima, é um dos nomes de destaque do novo rap brasileiro, com faixas que mergulham também no funk.

Budah, revelação do trap e R&B, é natural de Vila Velha (ES) e também tem 26 anos. Ganhou destaque no projeto Poesia Acústica e estourou hits com o lançamento de “Púrpura” (2024), seu álbum de estreia, que conduz a apresentação no Favela Sounds. Afreekassia é da Baixada Santista e aposta na mistura de rap, funk e afrobeat que tem feito sucesso nas pistas paulistas.

FUNK

O funk manda seus grandes representantes, com o mandelão paulistano do DJ Caio Prince, e o original carioca da Trilogia do Santo Amaro (DJs Eva, Fernandinho B20 e LéoDJ BigMix). De Olinda (PE), Rayssa Dias apresenta show do álbum “Independente” (2024), primeiro EP feminino no bregafunk, variação do funk natural de Pernambuco.

O pagodão baiano, também está representado na line-up com a banda O Kannalha. Dono de um swing incomparável, Dan Kannalha é de Camaçari (BA), lançou seu primeiro trabalho ainda durante a pandemia e hoje é um dos talentos notáveis desse estilo que domina as periferias de Salvador.

O tecnobrega de Belém do Pará não poderia ficar de fora. Por isso, o DJ David Sampler também desembarca no Favela Sounds com participação especial de Maderito, um dos vocalistas da banda Gang do Eletro. Eles apresentam set com os clássicos das aparelhagens paraenses e o “rock doido”, este último, estilo que faz parte da identidade da juventude periférica de Belém.

CONEXÕES

As conexões do Favela Sounds com o mundo também estão presentes na programação, que reúne três DJs de peso internacional no line-up. Jamz Supernova é natural de Londres (Reino Unido) e percorre o mundo tocando hip-hop, broken beat, UK funky, bass music e outros estilos eletrônicos. Além de DJ, é gestora de um selo musical, podcaster e programadora da rádio BBC6.

PÖ é DJ, produtora e vocalista franco-ganesa. Já performou em festivais como Primavera Sound e Roskilde, e apresenta DJ sets focados em sons afrocentrados, de Luanda a Kingston, de Accra à Bahia. Sua apresentação é parceria entre o Favela Sounds e o festival Nyege Nyege (Uganda).

KemKem traz as diásporas megras

Nascida em Lagos e radicada em Londres, Kem Kem é DJ e produtora musical cujos sets são focados nas diásporas negras. Com heranças iorubás, a artista já abriu apresentações de Tems e Princess Nokia e performou para o Boiler Room e a NTS Radio. Seu set é dominado pelo afrobeat nigeriano, que se tornou hit global nos últimos anos.

A apresentação de Kem Kem encerra, também, o ciclo de formação Afrobeat LAB, realizado entre 10 e 14 de fevereiro no Centro Cultural SESI Taguatinga. Em parceria com o British Council, a atividade reúne 20 DJs e produtores musicais para pensar pontes entre a música eletrônica da Nigéria e do Brasil, com participação da Kem Kem, do pesquisador Dennis Novaes e do produtor musical Felipe Pomar.

A edição especial de Favela Sounds reproduz a energia e essência do festival nos jardins do CCBB Brasília – o evento acontece anualmente na Praça do Museu Nacional – convocando a juventude periférica do DF para esta visita ao centro cultural, e oferecendo ônibus gratuito para levar e buscar o público de diferentes RAs rumo ao festival.

Para esta edição, o festival dobrou a quantidade para 20 ônibus. Dois desses veículos farão uma rota ininterrupta entre a Rodoviária do Plano Piloto e o CCBB, do começo ao final do evento, contribuindo para a mobilidade do público que irá de ônibus ou metrô. Os demais ônibus vão e voltam dos endereços mais pedidos pelo público do evento em redes sociais, e demandam inscrição prévia para acesso.

Sendo a acessibilidade a todos os públicos um aspecto fundamental do Favela Sounds, nesta edição especial os shows terão audiodescrição e tradução para Libras. O evento terá receptivo bilíngue (português e Libras); estacionamento e espaço reservado para pessoas com deficiência em frente ao palco; bares com balcões rebaixados e cardápios acessíveis em braile, com fonte ampliada e audiodescrição dos itens; banheiros adaptados e disponibilização de materiais para autocateterismo; protetores audífonos para pessoas com sensibilidade auditiva; e comunicação acessível nas redes sociais. Os shows apresentados no dia 15/02 representam o encerramento de um ciclo intenso de atividades em outras RAs do DF. que não o Plano Piloto.

Serviço

Favela Sounds Edição Especial no CCBB
Local: CCBB Brasília
Data: shows no dia 15 de fevereiro.
Horários: a partir das 14h. Entrada franca.