COLUNAS
Fuga para as montanhas
8 de março, 2021Bem, não estou orgulhosa, que fique logo claro, mas há confissões que só cabem a vocês. Tenho feito uma coisa horrível nas duas últimas semanas. […]
Bem, não estou orgulhosa, que fique logo claro, mas há confissões que só cabem a vocês. Tenho feito uma coisa horrível nas duas últimas semanas. Estou fielmente ligada ao The Real Housewives of Beverly Hills, temporada 2010.
Vocês seguem lendo? Ufa, obrigada! Me sinto pelo menos uns 5 kgs mais leve. Mas Roberta, tanta série boa, tanto filme europeu, tanta filosofia pra ler. Pois é. E presta? Claro que não. Mas fato é que estou vivendo o ano de 2021 no Brasil, minha gente, há de fugir para as montanhas. Nem que seja se alienando num reality show sem pé nem cabeça de dez anos atrás.
As personagens são bobas, as tramas não fazem o menor sentido, falas ensaiadas, brigas pouco críveis, dá até uma vergonha de si mesmo, sabe assim? Fora que de reality não tem quase nada. E aí é que está. Quando a coisa complica, é bem para esse lugar que eu vou, o espaço de não pensar.
Admiro quem o frequenta via meditação, corridas e todo esse expediente que imprime tão bem no instagram. Também faço essas tentativas aqui e ali, mas a real é que o tempo tem pedido um empilhar de estratégias. Qualquer remédio que possibilite a digestão do dia é bem-vindo.
Pois que acabei de maldizer o instagram, mas vi ontem, lá mesmo, uma fala linda no perfil da Babi Amaral sobre o cansaço que temos todos sentido. Ela nos convidava a lembrar de que por mais que os dias – os meses, o ano – estejam nos deixando com dor de estômago, há também coisas lindas acontecendo. Nos convidava a parar de sobreviver e começar a viver.
E viver não é fugir, certo? Certíssimo. Viver é mergulhar. Mas mergulhos pedem bons equipamentos de segurança. Cada um conhece os seus. Eu tenho insistido que precisamos nos manter fortes, seja incluindo momentos de prazer, seja desligando diante de um Netflix de mau gosto. Bora lá procurar as nossas montanhas?
Boa semana, queridos.
