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G20 no Rio: saiba como o evento vai impactar a sua vida

13 de novembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Brasil receberá a cúpula do G20 pela primeira vez, com o Rio de Janeiro sediando o encontro de líderes mundiais

G20 no Rio: saiba como o evento vai impactar a sua vida

O Brasil receberá a cúpula do G20 pela primeira vez, com o Rio de Janeiro sediando o encontro de líderes mundiais. Durante o evento, haverá um megaferiadão na cidade, que se estenderá do Dia da Proclamação da República (15) até o Dia da Consciência Negra (20). No entanto, o impacto do G20 na vida dos brasileiros vai além dos dias extras de descanso, afirmam especialistas, pois os compromissos firmados terão reflexos no dia a dia da população.

Os diferentes grupos de trabalho do G20 discutem temas como emprego, transição energética e turismo. Fernanda Brandão, coordenadora de Relações Internacionais da Mackenzie Rio, explica que o objetivo da Cúpula é que as declarações finais desses grupos se transformem em políticas públicas nos países participantes:

— O objetivo é que essas declarações finais sejam respeitadas e que se reflitam em políticas públicas nos países.

Impacto econômico

Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM, avalia que o G20 impacta a vida das pessoas em diversos aspectos, incluindo questões econômicas. Ele destaca que as decisões tomadas durante as reuniões podem influenciar até mesmo na precificação e tributação de alimentos:

— Eu sempre digo que, embora o G20 seja um fórum de chefes de Estado e de governo, as decisões políticas e econômicas que surgem dessas reuniões, junto com as questões regulatórias, afetam a produção de alimentos, a tributação e a precificação desses produtos. Esse é apenas um exemplo, mas muito do que é discutido no G20, ousaria dizer, tem mais impacto do que as questões tratadas na própria Assembleia Geral da ONU.

Retomada do protagonismo brasileiro

O G20 reúne as maiores economias do mundo, que se encontram anualmente para discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais. Desde 2011, o mandato da presidência é anual, ocorrendo de dezembro de um ano a novembro do ano seguinte. Atualmente a presidência é do Brasil.

Fernanda Brandão, da Mackenzie Rio, destaca que a presidência do Brasil no G20 tem sido um instrumento importante para o governo brasileiro retomar o protagonismo do país como emergente no cenário internacional. Ela explica as principais propostas da agenda brasileira em áreas como desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza:

— O país busca retomar seu protagonismo em questões de sustentabilidade, e não por acaso, a energia e as mudanças climáticas foram temas centrais nas discussões dos diferentes grupos de trabalho. Outro ponto de destaque foi o papel do Brasil no combate à pobreza e à fome, mais uma vez buscando retomar o lugar de protagonismo nessa questão.

Além disso, ela ressalta que o Brasil obteve uma vitória ao conseguir apoio de países do grupo, incluindo países desenvolvidos como os EUA até então resistentes, para a reforma da ONU e das organizações multilaterais que fazem parte do sistema ONU.

O que significa G20?

G20, ou “Grupo dos Vinte”, reúne as maiores economias do mundo. Seus Estados-membros se reúnem anualmente para discutir questões econômicas, políticas e sociais. O grupo é um fórum de cooperação econômica internacional.

Por que a Cúpula do G20 foi criada?

Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G20 reunia ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. Com a crise financeira de 2008, a reunião de ministros e diretores dos BCs do grupo foi elevada a nível de Cúpula de chefes de Estado. A primeira Cúpula do G20 foi realizada em Washington, nos EUA, em novembro de 2008. Até 2010, as cúpulas eram realizadas semestralmente. A partir de 2011 passaram a acontecer anualmente.

Quem participa do G20?

Os países participantes são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além da União Africana e da União Europeia. Também participam países e organizações internacionais convidadas pelo país anfitrião.