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ECONOMIA

Gabriel Galípolo é indicado por Lula para presidir o Banco Central

29 de agosto, 2024

Anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde de quarta-feira (29)

Gabriel Galípolo é indicado por Lula para presidir o Banco Central
“Na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa” - Foto: Lula Marques/ABr

O economista Gabriel Galípolo é o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do Banco Central. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.

“O presidente da República me incumbiu de fazer um comunicado aqui, de que hoje ele está encaminhando ao Senado Federal, ao presidente [Rodrigo] Pacheco e ao senador Vanderlan, presidente da CAE [Comissão de Assuntos Econômicos], o indicado dele para a presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo, que hoje ocupa da diretoria de Política Monetária do banco”, revelou o ministro.

Para assumir o cargo, Galípolo ainda precisará ter o nome aprovado pelo Senado Federal, que realizará uma sabatina com o indicado, para um mandato de quatro anos à frente do BC, de 2025 a 2028. Se aprovado, ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no dia 31 de dezembro.

“Na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central do Brasil pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Galípolo ao lado de Haddad após o anúncio da indicação. Ele se recusou a responder perguntas em “respeito ao processo e à institucionalidade”.

Ex-secretário de Economia e de Transportes do governo de São Paulo, Galípolo trabalhou na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no Centro Brasileiro de Relações Internacionais e no Banco Fator, instituição que ele fundou. Em 2023, assumiu o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, até ser indicado e aprovado para a diretoria de Política Monetária do BC, que ele ocupa desde julho do ano passado.

MERCADO FINANCEIRO

A indicação de Galípolo foi bem recebida por agentes do mercado financeiro. Desde sua nomeação para a diretoria, em maio do ano passado, especulava-se que ele poderia ser o futuro indicado de Lula à presidência da instituição.

O mercado, inclusive, desconfiou que a proximidade entre eles pudesse gerar interferência política nas decisões de taxa de juros do país. Mas a atuação e declarações de Galípolo em mais de um ano de BC deram algum conforto de que ele comandaria o BC com um olhar técnico.

Agora, analistas ouvidos reforçam que ele ainda precisará confirmar na prática que o BC continuará independente. Em especial, porque Lula passou os dois primeiros anos de mandato criticando a presidência da instituição.

CAE DO SENADO

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), avalia que Gabriel Galípolo, indicado para ser o próximo presidente do Banco Central nesta quarta-feira (28), não terá problemas em ser aprovado pelos senadores.

Vanderlan também afirmou que ainda não há uma data definida para a sabatina de Galípolo.
No início da semana, ele disse que ainda não havia sido procurado pelo Planalto para definir um cronograma para análise da indicação, e que era “nula” a chance do colegiado sabatinar o escolhido do presidente na próxima semana.

“Gabriel já tem uma vantagem que ele já tem esse contato por conta da indicação dele como diretor do Banco Central, é articulado. Creio que ele não vai ter problema nenhum”, disse Vanderlan. Galípolo foi sabatinado na CAE e teve indicação como diretor de política monetária do BC confirmada no plenário do Senado em julho do ano passado. Portanto, é uma pessoa conhecida entre os senadores, o que representa uma vantagem.

“Eu pretendo conversar com o presidente Rodrigo Pacheco, pessoalmente, para que a gente possa tomar essa decisão em conjunto. Já que não adianta ser sabatinado às pressas na CAE, e ali no plenário não ser marcada essa votação. Depende disso. A semana que entra é impossível”, reiterou. Aprovado, Galípolo será o sucessor de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, que permanece no cargo até dezembro deste ano.

Fonte: Agência Brasil