
Taguatinga recebe ação de acolhimento a pessoas em situação de rua
Abordagem está prevista para durar dois dias vai passar por 12 pontos
Batizada de Absorva o bem, a iniciativa é coordenada pela Secretaria de Atendimento à Comunidade e tem o objetivo de promover dignidade menstrual por meio da disponibilização do item higiênico
“Se precisar, pegue; se puder, doe”. Esse é o lema da campanha Absorva o Bem lançada, nesta quinta-feira (8), pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para promover a dignidade menstrual e incentivar a rede de solidariedade. Coordenada pela Secretaria de Atendimento à Comunidade (Seac-DF), a iniciativa consiste na arrecadação de absorventes higiênicos para serem disponibilizados em pontos solidários em locais públicos de grande circulação. Os espaços funcionarão, ao mesmo tempo, como centros de doação e pontos de retirada.
Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF), mais de 271 mil mulheres vivem em situação de vulnerabilidade menstrual, o que representa cerca de 17,3% da população feminina do DF. A carência de absorventes faz com que muitas meninas, mulheres e pessoas que menstruam tenham que buscar alternativas perigosas, como o uso de papelão, jornal, miolo de pão e retalhos no local do item. O que pode levar a evasão escolar, restrições no mercado de trabalho e problemas de saúde.
“É um projeto que fala muito mais do que só você ter um absorvente à disposição”, destacou a vice-governadora Celina Leão.“Nós sempre precisamos avançar e levar para as pessoas o que é ser mulher – e muitas vezes em situação de vulnerabilidade. Os dados mostram que as meninas chegam a faltar nas escolas públicas 60 dias por ano por conta da menstruação. Não estamos falando só de doar absorventes, mas de colocar as meninas nas escolas. Estamos falando de saúde pública”, completou.
A campanha já começa com mais de 30 mil absorventes disponíveis e 40 caixas de acrílico para serem instaladas nos banheiros – cada uma tem capacidade para até 40 unidades. A primeira caixa foi instalada e inaugurada no banheiro do Palácio do Buriti. As demais estarão nos órgãos públicos parceiros e também há negociação para que estejam em locais como rodoviárias e estações de metrô. A meta é chegar a 100 pontos de coleta por todo o DF.
“O objetivo é ir aumentando, colocando pontos solidários em diversos locais do Distrito Federal. Para que onde haja circulação de público a mulher, a menina e a pessoa que menstrua se sintam acolhidas”, afirmou a secretária de Atendimento à Comunidade, Clara Roriz. Também será feito um trabalho educativo para mobilizar órgãos, empresários e a comunidade em relação às doações. “Queremos incentivar a questão educativa. Não só das pessoas utilizarem, mas também para doarem”, complementou.
Os itens já disponibilizados foram doados pelos órgãos parceiros. O projeto conta com o apoio das secretarias de estado e das administrações regionais, além da Câmara Legislativa do DF (CLDF), do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), do Tribunal de Contas do DF (TCDF), da Defensoria Pública do DF (DPDF), do Ministério Público do DF (MPDFT) e da Procuradoria-Geral do DF (PGDF).
A promotora adjunta de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT), Brenda Assaí Martins Henrique, elogiou o projeto. “O MP fica muito feliz de participar dessa iniciativa de garantia à dignidade menstrual. A pobreza menstrual gera exclusão social e violação de direitos. É uma situação complexa que precisa de um esforço comunitário para ser enfrentada”, apontou. “Estamos aqui materializando um propósito e uma preocupação muito grande. É uma ação de estado muito importante”, ressaltou o presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal, Manoel de Andrade.
A juíza auxiliar da 2ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Marília Guedes, também parabenizou à iniciativa do GDF. “De fato é algo com potencial muito grande modificação de realidades”, comentou. O defensor público Celestino Chupel ressaltou o caráter solidário da campanha. “É um projeto que tem potencial para melhorar a qualidade de vida de milhares de mulheres e tem o condão de estimular em cada um de nós a solidariedade”, disse.
A juíza auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Rocha, destacou os avanços do DF no tema ao citar a Lei 1.032/2024, do Distrito Federal, que concede licença menstrual para servidoras públicas com sintomas graves associados ao fluxo menstrual. “É incrível o avanço que o DF tem tido nas políticas públicas de dignidade menstrual. Essa é uma política pública que tem que ser apoiada por todos os poderes”.
Desde 2021, o GDF conta com ações voltadas para a promoção da dignidade menstrual. Oito secretarias integram o projeto Dignidade Feminina que arrecada absorventes para serem disponibilizados a estudantes em situação de vulnerabilidade social que integram a rede pública do Distrito Federal.
Além disso, a Secretaria de Saúde (SES), por meio da Farmácia Popular, oferta o item higiênico gratuitamente a estudantes da rede pública de baixa renda, pessoas em situação de rua ou em vulnerabilidade extrema e a população recolhida em unidades do sistema prisional.
Abordagem está prevista para durar dois dias vai passar por 12 pontos
Ao longo do último ano, a iniciativa alcançou resultados expressivos. Mais de 650 pessoas foram capacitadas em mais de 20 estabelecimentos
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