EDUCAÇÃO

Governo do DF promove curso de mecanização agrícola para mulheres 

18 de julho, 2025 | Por: Agência Brasília

Capacitação inclui inovações tecnológicas, soluções sustentáveis e liderança feminina no mercado agrícola

O curso aborda temas como os fundamentos da mecanização agrícola, aumento da produtividade | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria da Mulher (SMDF), promove na quinta-feira (17) e sexta-feira (18), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e com o Instituto Movimento Brasil, o minicurso Mecanização Agrícola para Mulheres. Combinando teoria e prática, a iniciativa capacita cerca de 30 mulheres, entre produtoras rurais, estudantes e profissionais, para operar máquinas agrícolas como tratores, colheitadeiras, semeadeiras e pulverizadoras — e aplicar funções específicas no processo produtivo. As participantes receberão certificado. Os recursos para a realização do curso têm origem em emenda parlamentar da deputada distrital Jaqueline Silva.

A capacitação inclui, ainda, orientações sobre ajustes para diferentes tipos de solo e culturas, além de medidas para prevenção de acidentes. O curso também destaca as inovações tecnológicas, como agricultura de precisão, uso de drones, sistemas de irrigação inteligente e outras soluções sustentáveis. Além disso, a capacitação discute o papel das mulheres no mercado agrícola, com reflexões sobre como superar desafios culturais, construir liderança feminina e fortalecer redes de apoio no setor.

 Igualdade de oportunidades

Para a vice-governadora, Celina Leão, a iniciativa vai além da capacitação. “Ter conhecimento sobre o uso de máquinas agrícolas, além de dominar técnicas de operação segura e manutenção preventiva, é essencial para que as mulheres possam trabalhar no campo com mais eficiência, segurança e produtividade. Essa iniciativa representa uma verdadeira inclusão, fortalecendo a agricultura e demonstrando o compromisso do poder público em promover igualdade de oportunidades”, afirma.

O minicurso é conduzido pelo professor da UnB e diretor da Fazenda Água Limpa, Tiago Pereira da Silva Correia, e aborda temas como os fundamentos da mecanização agrícola, aumento da produtividade, redução de custos e melhoria da eficiência no campo. Ele explica que, na capacitação, as mulheres têm acesso a aprendizados sobre manutenções preventivas, preditivas e corretivas com máquinas agrícolas. 

“Isso tem importância social e acadêmica. A comunidade sai beneficiada com essa ação conjunta entre a Secretaria da Mulher e a Universidade de Brasília. A mulher sai do curso sabendo mecânica, ela tem uma visão prática, um aperfeiçoamento para operação de máquinas agrícolas. Esse curso é essencial, para o aumento da produtividade, para a inserção da mulher com maior visibilidade como produtora rural”, pontua.

Dayane Timóteo: “A partir do momento que a mulher se capacita aqui, ela pode voltar e cuidar da sua propriedade. Se ela não tiver uma propriedade e tiver interesse em participar do curso, essa mulher se prepara para o mercado”

A subsecretária de Ações Temáticas da Secretaria da Mulher, Dayane Timóteo, explica que o curso faz parte de um termo de fomento da Secretaria da Mulher com o Instituto Movimento em parceria com a UnB. “Neste ano já foram ministrados na Fazenda Água Limpa, que é o Campus Experimental da Universidade, seis minicursos”, conta. “Esse projeto chama Mulheres na Agropecuária e envolve não só minicursos, mas também visitas técnicas e palestras em escolas públicas”, enumera. “A partir do momento que a mulher se capacita aqui, ela pode voltar e cuidar da sua propriedade. Se ela não tiver uma propriedade e tiver interesse em participar do curso, essa mulher se prepara para o mercado”, pontua. “Já atendemos aqui mais de 400 mulheres”, conclui.

Parceria

Coordenadora do projeto, a professora Michelle Vilela, do curso de agronomia da UnB, destaca que a Secretaria da Mulher tem papel fundamental para a realização do curso. “Sem a secretaria, não teríamos a possibilidade de desenvolver esses cursos, porque a gente  realmente precisa de ajuda, de apoio financeiro e institucional”, afirma. “Tem sido uma parceria excepcional. A Secretaria da Mulher vestiu a nossa camisa e entrou conosco na inciativa”, acrescenta.

Marcilene Mariano comemora que, com o curso, as mulheres conseguem ser vistas pela sociedade e ainda têm mais segurança para gerir o próprio negócio

Para a aluna do curso Marcilene Mariano, a parceria da secretaria com a universidade tem sido fundamental para as trajetórias de muitas mulheres no agronegócio. “Por meio desses cursos, a gente não só se qualifica, mas é vista e, acima de tudo, tem mais segurança de gerir o negócio”, afirma. “Quanto maior a qualificação, mais garantia de sucesso da lavoura. Isso não tem preço. Essa parceria é incrível porque é um projeto gratuito e você sai com certificado e qualificação, habilitada para trabalhar”, conclui.

Outra aluna, Elvira Palestino conta que assumiu a propriedade rural da família após a morte do pai. “Para minha felicidade, tenho encontrado o que eu não tinha lá atrás, que é essa capacitação técnica, esse apoio, essa orientação em várias vertentes. Com essa capacitação, você realmente consegue fazer seu trabalho, ver os resultados. Uma coisa é você ir ao campo trabalhar sem orientação técnica. Isso não vai ser produtivo. Você vai se cansar, se desmotivar, ter prejuízo”, comenta. “Quando você aprende, começa a fazer e ver o retorno, você entende que está no caminho certo”, afirma.

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