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Firma familiar localizada em subúrbio do Rio faturou cerca de R$ 35 mil com a comercialização do acessório
O uso de bonés azuis com a frase “O Brasil é dos Brasileiros” por membros do governo Lula — inclusive pelo presidente, que publicou um vídeo com o acessório nesta terça-feira — mudou a rotina de trabalho dos funcionários da Jr. Bordados, que passou a comercializar as peças um dia após a estratégia da gestão petista viralizar nas redes. A empresa familiar de Irajá, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro, afirma já ter vendido cerca de 700 unidades do produto e estima uma receita de R$ 35 mil em dois dias.
Donos da marca, Vitória Gonçalves e Marcelo Júnior passaram a comercializar o modelo utilizado por ministros de Lula durante a eleição da cúpula do Congresso no dia seguinte à votação. A frase usada pelos governistas nesta semana foi sugerida pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, e buscou fazer um contraponto ao boné vermelho — cor do partido Republicano nos EUA — usado pela campanha de Donald Trump, que estampa o bordão “Make America Great Again” (“Faça os EUA grandes novamente”).
A dupla que encabeça a Jr. Bordados também foi responsável pelo boné preto escrito “CPX” utilizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de 2022, em agenda com o jornalista e ativista Rene Silva. O comerciante disse ao GLOBO que passou a vender o item com a frase “O Brasil é dos Brasileiros” após ser procurado por Rene no domingo.
— O Rene Silva me mandou a frase e pediu que eu fizesse o boné como o usado pelos membros do governo Lula no dia anterior. Ele postou nas redes sociais e passaram a chegar muitos pedidos. Aumentamos a nossa equipe para suprir a demanda — afirma Júnior
Procurado pelo Globo, Silva disse que não teve envolvimento na criação do boné azul usado pelo presidente nesta semana, tendo atuado apenas no meio de campo entre o governo e a gráfica no caso do boné com a sigla CPX nas eleições de 2022. O modelo traz a abreviatura da palavra “complexo” — nome dado a um conjunto de favelas.
O presidente recebeu o acessório de presente de líderes comunitários durante agenda no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. O item chegou a motivar uma onda de fake news que afirmam, falsamente, que a sigla seria uma alusão a facções criminosas.
Na segunda-feira, parlamentares bolsonaristas usaram um boné com a frase “Comida barata novamente, Bolsonaro 2026” e gritaram “nem picanha, nem café”, com a carne embalada nas mãos, em referência a alimentos que puxam a alta da inflação, tema que tem pressionado a popularidade da gestão Lula.
A ideia da distribuição dos bonés foi do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ). O movimento ocorreu em resposta a ministros da gestão petista e aliados, que adotaram o acessório na cor azul. Na segunda-feira, deputados da base e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) voltaram a exibir a peça, que ganhou uma versão também em amarelo.
A oposição a Lula tem apostado na pauta da inflação para fazer frente ao governo em meio à queda na aprovação da gestão federal registrada pela pesquisa Genial/Quaest, principalmente no segmento de menor renda. No levantamento, pela primeira vez o apoio ao governo (47% dos entrevistados) ficou numericamente atrás do percentual de desaprovação (49%).
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