
‘Brasil não é problema para os EUA’, diz Alckmin ao defender o multilateralismo e criticar protecionismo de Trump
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Segundo o ministro, é preciso cautela para acompanhar as próximas semanas, porque deve haver um reposicionamento mundial
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira em coletiva de encerramento do G20 em meio às reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial, em Washington, que as notícias econômicas desta semana trouxeram uma nova perspectiva global. Segundo o ministro, com uma reversão drástica de expectativas, agora há incertezas de como as variáveis macroeconômicas devem se “comportar ao redor do mundo”.
— Nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil, nos países emergentes e assim por diante. Como disse o Roberto (Campos Neto), é um momento agora em que essas placas eletrônicas estão se acomodando e nós temos que ter um pouco de cautela para saber quando é que isso vai parar — disse Haddad ao comentar que os movimentos da semana que levaram à desvalorização do real frente ao dólar.
De acordo com o ministro, houve reversão de expectativas sobre o corte de juros da economia dos EUA pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e que é preciso entender melhor esses impactos que, na avaliação dele, devem ter repercussão “global”.
— Não é pouca coisa que vai acontecer. Mas é importante o que aconteceu e nós temos que ter uma cautela e acompanhar os próximos dias e semanas, porque vai haver um reposicionamento global — falou Haddad.
O ministro disse ainda que em conversou com o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sobre as divulgações dos resultados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos nesta semana.
— De fato, havia uma clara sinalização de muitas apostas para o mercado. Quando o mercado aposta forte, qualquer reversão de expectativa machuca muito o investidor. E o mercado estava muito comprado na tese de que, de fato, em algum momento do primeiro semestre — destacou Haddad, que concluiu dizendo que havia razões para acreditar nisso já desde o ano passado.
— Porque, de fato, a sinalização da autoridade monetária dos Estados Unidos era essa. Quando veio o susto de março, houve uma reversão drástica de expectativas e isso mudou muito os rumores em relação a como vão se comportar as variáveis macroeconômicas no mundo afora — disse.
O ministro Fernando Haddad está na capital dos Estados Unidos para as reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial e G20. O ministro antecipou seu retorno ao Brasil para a noite desta quinta-feira para se dedicar à agenda econômica em Brasília, onde o Executivo busca a aprovação no Congresso de projetos estratégicos para a agenda econômica do país. Ainda em Washington, o ministro Haddad terá encontros com o senador americano Bernie Sanders e uma reunião bilateral com o ministro de finanças da China.
(*Especial para O GLOBO)
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