ECONOMIA
Haddad e Tebet voltam a Brasília, e técnicos devem apresentar opções para corte de gastos
28 de outubro, 2024 / Por: Agência O GloboMinistros estavam nos Estados Unidos, onde participaram de reuniões do FMI e do G20
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, voltam a Brasília nesta semana e devem ter como foco discussões sobre corte de gastos. Na semana passada, os dois estavam em Washington, onde participaram de reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20.
Com os ministros fora de Brasília, os técnicos se debruçaram para apresentar agora uma série de opções de medidas, que antes de serem enviadas ao Congresso Nacional serão analisadas pelo presidente Lula.
O colunista do Globo Lauro Jardim informou neste domingo que Fernando Haddad tem uma reunião marcada para esta semana com o presidente Lula sobre o tema. Nela, o martelo poderá ser batido. Ou eventualmente a decisão será adiada para a primeira semana de novembro, não mais do que isso.
Como será precisar aprovar mudanças na legislação, a estratégia foi aguardar o segundo turno das eleições municipais para aprofundar as discussões. A equipe econômica evitou até o momento detalhar o escopo das medidas, mas sustenta que é preciso reduzir as depesas obrigatórias para manter o arcabouço fiscal.
Nas rodadas de conversas anteriores com os ministros, Lula deixou claro que não pretende desvincular benefícios previdenciários permanentes, como aposentadorias, das regras de reajuste do salário mínimo, que englobam a reposição da inflação e o crescimento da economia.
Os técnicos da área econômica estudam mudanças nos benefícios temporários, como seguro desemprego, abono e assistenciais, o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
No entendimento da Fazenda, as medidas são necessárias para assegurar a retomada do grau de investimento até o fim do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. Esse discurso vai ser encampado pela pasta de Haddad como forma de convencer o presidente Lula e o Congresso Nacional da necessidade da agenda, além de tentar blindar as medidas.
A equipe econômica trabalha em um pacote de revisão de gastos mirando um corte de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões em despesas.
O corte de gastos mira um mix de resultados. Ao mesmo tempo em que se espera melhorar o resultado das contas públicas em si, a Fazenda também quer garantir que o arcabouço fiscal pare de pé a partir de 2026, quando se calcula que as despesas obrigatórias passarão a consumir uma parte maior do Orçamento.
Em 2027, sem mudanças de regras, quase não haveria espaço para despesas não obrigatórias, como investimentos e custeio da máquina pública.
No início de novembro, a partir do dia 3 e até o dia 9, Haddad deve fazer uma viagem para países europeus. O ministro deve passar por quatro ou cinco capitais. As agendas ainda estão sendo definidas. A viagem deve ocorrer poucos dias antes do G20 no Brasil, que acontece na segunda quinzena de novembro no Rio de Janeiro.