Hospital Regional de Santa Maria celebra Dia dos Avós
26 de julho, 2025
| Por: Agência Brasília
Profissionais e familiares compartilham vivências inspiradoras nos corredores da unidade
Em meio à rotina intensa de cuidados e desafios hospitalares, o Dia dos Avós, comemorado nesse sábado (26), ganha um significado especial no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). É nessa data que histórias de afeto ganham destaque pelos corredores, mostrando que ser avó vai muito além dos laços de sangue.
A técnica de enfermagem Antônia Damasceno desenvolve uma relação de avó com os pacientes: “Adoro pegar no colo, principalmente os que estão sozinhos. Todo mundo merece um aconchego” | Fotos: Divulgação/IgesDF
Na Unidade de Cuidados Prolongados Pediátricos, a técnica de enfermagem Antônia Pereira Damasceno é conhecida pela forma que se dedica aos pequenos pacientes. Há 15 anos no setor, ela assume o título de “vovó coruja” com orgulho: “Adoro pegar no colo, principalmente os que estão sozinhos. Todo mundo merece um aconchego. Fico ali presente, trocando fraldas, dando atenção, e isso faz toda a diferença”.
Entre diversos casos marcantes, Antônia cita o da paciente Maria Eduarda, internada da prematuridade até aos 3 anos de idade. A criança não falava e apresentava problemas de saúde complexos. “Amava como se fosse minha neta, tanto que meus próprios netos tinham ciúmes”, lembra.” A gente se entendia pelo olhar, pelos gestos. Quando ela partiu, em 2021, foi muito difícil”.
Com cinco netos — quatro já nascidos e um “no forninho”, como ela brinca —, a técnica explica que sua forma de cuidar no hospital é reflexo direto do amor que sente pela família. E diz que o segredo para continuar apaixonada pela profissão é não pensar apenas no dinheiro. “As crianças precisam mais do que procedimentos técnicos, precisam de afeto; não dá para cuidar delas como robôs”, ensina.
Acompanhamento
Eva dos Santos acompanha o neto Enzo Gabriel: “Cuido melhor dele do que cuidei dos meus filhos”
Do outro lado do hospital, Eva Vieira dos Santos acompanha de perto o neto Enzo Gabriel, 7, internado para tratar uma pneumonia. Há três anos, os dois moram juntos e formam uma dupla inseparável. “Cuido melhor dele do que cuidei dos meus filhos”, relata. “Não me imagino sem o Enzo e o defendo com unhas e dentes”.
Trabalhadora do lar, Eva precisou se afastar do serviço para acompanhar o neto durante a internação. Para ela, ser avó é como ser mãe de novo, só que com mais paciência, experiência e entrega.
Bianca Dantas cuida da avó, Elenita de Araújo: “Temos uma ligação muito forte, além da relação de avó e neta. Acho que é uma amizade de outras vidas que se reencontrou nesta”
No pronto-socorro adulto do HRSM, é a neta quem cuida da avó. Bianca Dantas acompanha Elenita Batista de Araújo, 81, que caiu e fraturou o fêmur após uma queda. Para Elenita, não haveria companhia melhor. As duas construíram memórias que resistem ao tempo. “Eu gostava muito da comida dela”, conta Bianca. “Muitas vezes minha mãe fazia comida em casa, mas eu ia para a casa dela, que era no mesmo lote, comer o que ela preparava. Lembro até hoje do mingau de aveia que ela fazia para mim”.
Hoje, mesmo morando separadas, as duas continuam próximas. “A gente assiste a séries de comédia e filmes de terror juntas”, revela. “Temos uma ligação muito forte, além da relação de avó e neta. Acho que é uma amizade de outras vidas que se reencontrou nesta”. Deitada na maca e escutando a neta falar ao seu lado, Elenita comenta: “Bianca é tudo. É meu amor, meu xodó que guardo no coração”.