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Hugo Motta consegue abrir sessão na Câmara após dois dias de obstrução da oposição: ‘Não vai ser na agressão que vamos resolver’

7 de agosto, 2025 | Por: Agência O Globo

Sem votações, sessão durou menos de vinte minutos

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assumiu o controle da mesa do plenário ontem, apenas por volta das 22h, Bruno Spada camara dos deputados foto Marina Ramos

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu abrir a sessão da Casa na noite desta quarta-feira após dois dias de paralisação promovida pela oposição. Ele criticou obstrução, disse que agressões não resolvem os problemas do país e que tampouco a democracia pode ser negociada. A sessão foi encerrada em menos de vinte minutos, com um discurso de Motta e sem votações.

A sessão foi convocada às 20h30, aberta às 22h24 e encerrada às 22h41. Deputados da oposição chegaram a resistir, impedindo inclusive que Motta sentasse à mesa, até que cederam. Ele ficou em pé ao lado da cadeira da presidência por cerca de dez minutos até conseguir ocupar o assento.

— Não vai ser na agressão que vamos resolver. Eu peço para que todos deixem o espaço da Mesa, de forma educada — disse Motta ao assumir o microfone: — Durante todo o dia, dialogamos com todos os líderes dessa Casa e quero começar dizendo que a nossa presença hoje é para garantir a respeitabilidade inegociável desta mesa e para que esta Casa se fortaleça. Até para atravessar limites há limites. O que aconteceu aqui não foi bom. O que aconteceu, a obstrução, não fez bem a esta Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, mas dentro do nosso regimento.

Sem citar diretamente a prisão de Bolsonaro, Motta afirmou que fatos recentes provocaram “ebulição”:

— Precisamos reafirmar nosso compromisso, mas uma série de acontecimentos recentes nos deu esse sentimento de ebulição. Não vivemos tempos normais, não podemos negociar nossa democracia. Não podemos deixar que projetos individuais possam estar à frente daquilo que une todos nós, que é o nosso povo e população. O compromisso que assumi com as lideranças era seguir com as pautas sem preconceito.

Durante a tarde, Motta recebeu representantes de PP, União Brasil, PSD, MDB, Republicanos, PT, PSB e PDT e ficou decidido que teria sessão às 20h30, que quem insistisse na obstrução teria o mandato suspenso por seis meses e seria removido pela polícia legislativa. Mesmo assim, bolsonaristas insistiram em ocupar o plenário.


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