
André Mendonça critica ativismo judicial e defende autocontenção da Justiça
"Juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo", disse
Eduardo Penha Ribeiro realizou 67 saques que somaram R$ 14,3 milhões entre agosto e outubro deste ano; hoje, corporação cumpre 22 mandados de busca e apreensão
Muito antes da Polícia Federal deflagrar uma operação com mandados de busca e apreensão expedidos contra o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), a investigação que apura um suposto esquema de compras de voto prendeu o dentista Eduardo Penha Ribeiro. Segundo os autos do processo, Ribeiro foi preso em flagrante por lavagem de dinheiro e corrupção eleitoral no dia dois de outubro, com R$ 1,92 milhão em espécie.
No dia do flagrante, ele carregava uma bolsa de dinheiro e outras duas foram encontradas por agentes em seu carro. No interior desses sacos, uma lista com os nomes de diversos políticos, levando a crer que teria alguma conexão com o financiamento de campanha em Duque de Caxias e São João de Meriti.
Somado a isso, entre 8 de agosto e dois de outubro, ele realizou 67 saques que somaram R$ 14,3 milhões. Alguns de quantias que levantaram fortes suspeitas: oito foram de R$ 800 mil e nove de R$ 600 mil.
Além da grande quantidade de dinheiro, comprovantes de transferências bancárias com a empresa Centro de Imagem e Diagnóstico São Jorge LTDA foram identificados pelas autoridades, o que legitimou a teoria de que ele estaria lavando dinheiro a partir de supostos exames médicos.
Em 14 de novembro, a defesa de Eduardo Ribeiro conseguiu a conversão da prisão em flagrante em domiciliar sob o argumento de que ele seria portador de diabetes tipo II e, por isso, precisaria de acompanhamento médico. Atualmente, ele segue medidas cautelares como o monitoramento eletrônico e a apresentação periódica à polícia. O Globo procurou os advogados do dentista, mas ainda não conseguiu contato. O espaço segue em aberto para futuras manifestações.
Nesta sexta-feira, a Polícia Federal realizou buscas e apreensão em endereços de Washington Reis, seu irmão, Wilson Reis, e a vereadora e filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Costa. Em entrevista, Washington Reis disse estar tranquilo com a investigação que, segundo ele, não tem ‘nexo’.
— Para mim essa operação não tem nexo. Fizeram um mandado, não sei para buscar o que. É um assunto totalmente desconexo. Adversários fizeram notícias. Nossa campanha foi feita dentro da lei, contas aprovadas, nada a temer — afirmou Washington Reis, ao Globo.
Os irmãos Reis já haviam sido alvo de uma operação da PF em julho deste ano, quando a PF apurava a existência de uma associação criminosa responsável por inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.
Washington foi apontado como um dos beneficiários do suposto esquema. O nome dele consta no relatório da PF que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro; o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do secretário; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em março.
O secretário estadual de Transportes do Rio era prefeito de Duque Caxias, município da Baixada Fluminense, que serviu como base para a inserção de dados falsos nas cadernetas de vacinação de Bolsonaro, Cid e da família Reis.
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