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Selma Arruda perdeu seu mandato em 2019; ex-juiz da Lava-Jato é julgado nesta segunda-feira pelo TRE-PR em ação que o investiga abuso de poder econômico
Os advogados de acusação do PT e do PL apresentaram em suas sustentações orais nesta segunda-feira uma correlação entre o caso de Sergio Moro (União Brasil) e o da ex-senadora Selma Arruda, cassada em 2019 por abuso de poder econômico. Os argumentos foram apresentados no julgamento do senador, que teve início hoje, e pode ocasionar a perda de seu mandato.
— Quando se cita o paradigma da juíza Selma, não se tem a intenção de repetir o julgado, mas de colher dele alguns ensinamentos que vieram das Cortes superiores como o que são os gastos da pré-campanha — defendeu Bruno Cristaldi, advogado do PL.
Por sua vez, o advogado do PL, Luiz Eduardo Peccinin, também sustentou que os episódios são similares e que, por isso, Moro deveria ser cassado:
— A defesa tenta se afastar ao máximo do caso da Selma Arruda, como o diabo foge da cruz. A situação aqui é muito similar ao da Selma Arruda. Não é igual, mas é similar. Para mim, é muito pior porque o volume de dinheiro é muito maior — afirmou o profissional.
Citada pelos advogados, a senadora Selma Arruda foi cassada em 2019 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conhecida como “Moro de Saias”, a senadora foi acusada de caixa 2 e abuso de poder econômico na disputa eleitoral de 2018.
No período de pré-campanha, ela teria recebido um empréstimo de seu suplente, o fazendeiro Gilberto Possamai, no valor de R$ 1,5 milhão — a soma não foi informada à Justiça Eleitoral. O apelido dado a Selma Arruda se deu por sua campanha pautada no combate à corrupção, principal bandeira da operação Lava-Jato.
O senador Sergio Moro é alvo de um processo de cassação movido por PT e PL, que chega ao TRE-PR nesta segunda-feira, podendo sofrer pedidos de vista. Caso a corte opte pela providência, a perda do mandato ainda precisaria ser referendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a ação, o senador teria driblado a legislação eleitoral durante a campanha de 2022. Os partidos alegam que Moro teria gasto R$ 6,7 milhões para chegar ao Congresso, quando o limite permitido por lei é de R$ 4,4 milhões. A suposta vantagem teria sido obtida por meio de dois movimentos: a desistência de concorrer à Presidência e a mudança partidária do Podemos para o União Brasil.
Em dezembro passado, o Ministério Público Federal se manifestou por sua cassação, sustentando que houve abuso de poder econômico. Nos bastidores, a vaga do ex-juiz já é disputada em uma espécie de pré-campanha eleitoral.
Caso o mandato seja perdido, um novo pleito será disputado. Entre os possíveis postulantes, despontam a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

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