
Quem é o protagonista de ‘Adolescência’, da Netflix; menino de 15 anos nunca havia atuado antes
Inglês foi escolhido entre 500 outros; agora vai estrelar filme com Margot Robbie
Em ‘Na nossa pele’, continuação do best-seller ‘Na minha pele’, o escritor revê a história e as memórias de sua mãe, Célia Maria: ‘É uma maneira de ser justo com ela’
Foi no Dia das Mães do ano passado, sentado numa praça da Ilha de São Vicente, em Cabo Verde, na África, que Lázaro Ramos colocou o ponto final em “Na nossa pele” (Editora Objetiva, 128 páginas, R$ 69,90). No novo livro, ele dá continuidade ao diálogo iniciado com o leitor em “Na minha pele”, lançado em 2017.Fala sobre o ofício de artista, de questões raciais, de afeto e de transformações sociais no tocante à representatividade negra, entrelaçando com reflexões pessoais. Desta vez, porém, uma personagem especial se faz mais presente: Célia Maria do Sacramento, falecida quando ele tinha 19 anos. Tanto que, a princípio, as peles do título seriam de mãe e filho.
— É uma homenagem, uma maneira de ser justo com ela. Muitas das memórias que eu tinha de minha mãe tinham a ver com dor, porque ela sofreu muito. E assim eu a descrevia. Aí eu fui fazer uma investigação, pesquisar quem foi essa mulher incrível. Ela era alegre, inteligentíssima, talentosa, criativa… Precisou silenciar diante do sofrimento pelo sustento, para pagar as contas — detalha Lázaro sobre Célia, que trabalhava como doméstica e chegou a ser agredida pela empregadora: — Quero que este livro traga as pessoas para perto, que acolha. É uma obra sobre vulnerabilidade, dúvidas, desafios, mas sempre numa perspectiva de, no final da leitura, abrir caminhos, alternativas. Eu não quero desanimar ninguém, quero oferecer possibilidades.
Ao examinar a personalidade e a história de sua mãe, Lázaro identificou semelhanças suas com ela.
— Por exemplo, o gosto pela conversa. O meu tipo de humor é muito parecido com o dela também, assim como a minha vulnerabilidade. Eu era muito jovem quando ela faleceu, foi pouco tempo de convivência. Ela foi uma ausência presente o tempo todo. A até três anos atrás, eu entrava no supermercado, via o biscoito de que ela mais gostava e meus olhos lacrimejavam. Poder me enxergar nela e ao mesmo tempo me ver como uma extensão dela é bonito. O carinho e o estímulo que ela e meu pai me deram me fez ter coragem para desbravar caminhos, tendo oportunidades que ela não teve — afirma ele, aos 46 anos, corrigindo uma informação muitas vezes repetida em entrevistas: — Durante anos, me perguntavam se eu sou o primeiro artista da minha família e eu dizia que sim. Mas minha mãe fazia teatro! Estudava à noite, depois do trabalho, e me levava pra ver… E eu virei ator profissional. Sou uma extensão do sonho dela.
Pai de João Vicente, de 13 anos, e de Maria Antônia, de 10, Lázaro agora observa um outro exemplo de mulher exercer a maternidade em casa: sua companheira de vida, Taís Araujo.
— Apesar de a família dela ser mais falante e a minha mais silenciosa, o jeito e a visão de criação dos filhos são muito parecidos. Somos uma família do toque, do dengo, do abraço, do estímulo verbal aos pontos positivos das crianças. Damos limite e exigimos o “boa tarde”, o “com licença”, o “por favor”, o “muito obrigado”. Nos termos da negociação de educação dos filhos, a gente concorda muito rápido — conta ele, entregando do que não abrem mão na nova rotina do casal, num momento em que Taís grava como protagonista de “Vale tudo” e ele ensaia para a terceira temporada de “Os outros”: — A gente continua levando os dois para a escola todo dia de manhã cedo. Não tem essa de transporte escolar. É nesse momento, no jantar e na hora de botar para dormir que nos reunimos. Por causa do trabalho, alguns sábados ficam comprometidos, mas estamos sempre inventando coisas para eles sentirem esse carinho familiar.
Novo morador do Flamengo, na Zona Sul do Rio, o comunicador (é assim que ele prefere ser chamado, em resumo às várias funções que exerce nas artes, como ator, escritor, diretor, produtor…) conta que está adorando a vida no bairro, embora ainda não tenha conhecido a praia dali (Taís foi flagrada nas areias banhadas pela Baía de Guanabara, com os filhos, no fim de fevereiro).
— Tenho até vergonha de falar, mas moro no Rio há 25 anos e entrei no mar daqui sete vezes. É por causa da água fria — confidencia o baiano: — Sou desapegado a lugares e apegado a pessoas. Fico bem onde estão meus filhos e minha mulher. Já falei para as crianças que quando elas entrarem para a universidade, se forem pra outra cidade, vou atrás. E digo a Taís que ainda vou morar em Cabo Verde… Fiz até chamada de vídeo com ela em apartamentos de lá, na companhia de um corretor de imóveis. Ela diz que eu sou doido. Eu me permito sonhar.
Inglês foi escolhido entre 500 outros; agora vai estrelar filme com Margot Robbie
Em filme ao lado de Wagner Moura, ator americano diz se identificar com papéis de homens ignorados e mal julgados: ‘Ele é uma pessoa muito espiritual’, define o brasileiro
Daniele Hypolito, Eva e Gracyanne Barbosa estão na berlinda
O astral é favorável para convencer as pessoas do seu ponto de vista, mas faça um esforço para não se distrair com qualquer coisinha.