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Lesa Pátria: publicitário paulista suspeito de financiar atos golpistas é um dos alvos da operação da PF

16 de abril, 2024 / Por: Agência O Globo

Contra Rafael Moreno foi cumprido um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira

Lesa Pátria: publicitário paulista suspeito de financiar atos golpistas é um dos alvos da operação da PF
Foto: Joédson Alves/ABr

O publicitário paulista Rafael Moreno foi um dos alvos da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta terça-feira. De acordo com as investigações, ele é suspeito de ter financiado os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, arrecadando dinheiro por meio de um site de financiamento coletivo.

Nas redes sociais, Moreno narrou ter sido acordado às 6h pelos agentes. “Até quando vou ser perseguido?”, escreveu.

“Não estive no 8 de janeiro! Somente participei até dezembro do acampamento nos quartéis! Nunca incentivei ninguém a invadir os prédios e nem mesmo a irem à praça dos 3 poderes e estou sendo perseguido por ter ajudado a alimentar as pessoas no acampamento através de uma vakinha”, complementou.

Contra Rafael Moreno foi cumprido um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira — Foto: Reprodução

Contra Rafael Moreno foi cumprido um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira — Foto: Reprodução

O publicitário chegou a ser citado, em outubro do ano passado, no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apurava os atos golpistas.

“Entre as fontes financeiras, destaca-se a vaquinha virtual mantida pelo publicitário Rafael Moreno de Souza Santos, que chegou a arrecadar mais de R$ 60 mil reais por meio de um site de financiamento coletivo”, escreveu a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) no documento.

Ele não foi incluído na lista de pedidos de indiciamento, mas a parlamentar indicou que era “necessário um maior aprofundamento das investigações em relação a Rafael Moreno de Souza Santos” e outros nomes.

Em maio de 2020, Moreno também foi alvo de busca e apreensão da PF no âmbito do inquérito das fake news, por supostamente produzir informações falsas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a PF, a ação de hoje cumpre 18 mandados de busca e apreensão contra supostos financiadores e promovedores dos atos antidemocráticos em oito estados: Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso do Sul.

As medidas, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Além dos mandados, também foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados.

Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

“Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões”, informou a corporação, em nota.

Desde janeiro de 2023, a operação já teve como alvo deputados estaduais, vereadores, empresários, fazendeiros, militares e influenciadores digitais.


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