
Flamengo x Pyramids: retrospecto, arbitragem e mais informações sobre o confronto
Partida da semifinal da Copa Intercontinental acontece neste sábado (13), às 14h, no estádio Ahmed bin Ali, no Catar

Autoridades brasileiras tentam passar tranquilidade, mas, além dos argentinos, que estão no epicentro no assunto, episódios envolvendo uruguaios e paraguaios ligam alerta

Principal torneio do futebol da América do Sul, a Libertadores, que tem hoje o início de sua fase de grupos, também tem sido uma fonte crescente de conflitos nos últimos anos, especialmente entre brasileiros e as outras nacionalidades do continente. Casos de racismo e demais tipos de discriminação dentro e fora do país, além de episódios de desmedida truculência policial, vêm alimentando uma certa animosidade geral. O Extra consultou diversas autoridades que estarão envolvidas na organização da edição deste ano, a resposta foi de tranquilidade em relação à escalada de tensão, mas há alguns alertas.
O único representante brasileiro em campo hoje será o Fortaleza, que recebe o Racing às 21h30. A Argentina se tornou epicentro no assunto, por conta dos numerosos casos de torcedores imitando macacos quase sempre que brasileiros viajam para assistir a seus jogos. Porém, são Uruguai e Paraguai que mais preocupam para 2025.
Em outubro do ano passado, a visita do Peñarol ao Botafogo, pelo jogo de ida da semifinal, gerou enorme confusão entre uruguaios e a Polícia Militar do Rio de Janeiro, terminando com centenas de detidos — 21 ainda estão no Brasil, sendo dois presos e 19 em liberdade provisória — no Recreio dos Bandeirantes. Vários casos ainda tramitam na Justiça. A volta acabou sendo uma retaliação para os alvinegros que foram a Montevidéu, com muitos evitando usar camisas de time ou até falar português na cidade.
— Há muito tempo os times, não só os uruguaios, que viajam com contingente significativo para o Brasil sofrem todo tipo de abusos da polícia e muitas vezes de organizações que têm base territorial lá — disse Ignacio Alonso, presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF). — Assim como o racismo deve ser combatido, acho que beira a xenofobia (o que acontece) no Brasil. Não vejo isso em relação a ninguém além dos estrangeiros — declarou à rádio Carve Deportiva.
Procurada, a AUF não se posicionou, assim como a AFA (Argentina) e a APF (Paraguai). Contudo, a declaração de Alonso mostra um indício de tentativa dos países em terem “sua própria reivindicação” frente aos protestos brasileiros por conta do racismo. Em 2023, as torcidas de Argentinos Juniors e Boca Juniors também estiveram envolvidas em conflitos no Rio de Janeiro por jogos da Libertadores.
As forças de segurança locais porém, não externam preocupação com a chegada de mais uma edição do torneio. A Polícia Militar, responsável pela atuação direta nas ruas e a operação nos estádios, garantiu ao Extra que “possui a experiência de décadas” para manter a segurança nos jogos na cidade. Neste ano, além de Botafogo e Flamengo na Libertadores, Fluminense e Vasco estão na Copa Sul-Americana, e são previstos jogos simultâneos.
“Os incidentes ocorridos envolvendo a torcida do Peñarol representam um fato isolado num histórico de dezenas de partidas”, afirmou a PMERJ, em nota oficial. “O histórico recente de participações dos clubes do Rio de Janeiro em competições internacionais contribui para o ganho de experiência e a evolução das estratégias de segurança.”
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Confrontos que chamam especial atenção nesta edição são os entre Palmeiras e Cerro Porteño, sorteados no Grupo G — no dia 9 de abril, em São Paulo e, 7 de maio, em Assunção. Há uma escalada de tensão após torcedores paraguaios cometerem racismo contra Luighi e outros jogadores alviverdes na Libertadores sub-20, no início de março.
O clube paraguaio fez um comunicado nas redes sociais pedindo à sua torcida “que se comporte” nos futuros encontros. O resultado foi uma enxurrada de comentários de paraguaios em tom de discriminação, e indicando a vontade de dar o troco pelo tratamento recebido no Brasil.
O Extra consultou as Embaixadas brasileiras em Assunção, Buenos Aires e Montevidéu, e o Itamaraty respondeu que “manterá a operação para atender cidadãos que precisem de ajuda longe do Brasil”, mas não determinou uma cartilha específica para a chegada do torneio. As Embaixadas dos países sul-americanos no Brasil também foram consultadas, e a apenas a do Peru retornou o contato, dizendo estar atenta a “qualquer situação que coloque em risco a segurança ou viole os direitos de seus cidadãos”.
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Na semana passada, a Conmebol reuniu os dez países integrantes da entidade e criou uma força-tarefa, focada no combate ao racismo e à discriminação, liderada pelo ex-jogador Ronaldo, prometendo “foco integral e soluções concretas”. A iniciativa veio após o presidente Alejandro Domínguez dizer que a Libertadores sem times brasileiros seria como “Tarzan sem (a macaca) Chita”. A declaração foi repudiada por três órgãos governamentais: o próprio Itamaraty, o Ministério da Igualdade Racial e o Ministério do Esporte.
“O governo brasileiro exorta a Conmebol e as Federações Nacionais de Futebol da América do Sul a atuarem decisivamente para coibir e reprimir atos de racismo, discriminação e intolerância, promover políticas de igualdade racial e compartilhar conhecimento e boas práticas para ampliar o acesso de pessoas afrodescendentes, imigrantes e outros grupos vulneráveis ao esporte.”
Procurada pela reportagem do Extra, a entidade não respondeu às indagações sobre preocupações com o torneio deste ano, assim como CBF e Fifa.

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