Possível federação com o PT pode levar à saída de Ciro Gomes do PDT
Tido hoje como uma liderança mais simbólica que efetiva, ex-ministro tem destino incerto no partido, mediante sua postura de oposição ao governo federal e estadual
Ângelo Coronel (PSD) só concorreu, há sete anos, porque a deputada teve sua postulação retirada; hoje, o PT articula uma chapa puro-sangue na Bahia, sem a sua presença
A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) rebateu, nesta quinta-feira, uma declaração do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que vem ameaçando deixar a base do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues ( PT), caso não consiga concorrer à reeleição com seu apoio.
Eleito em 2018, o senador conseguiu sua vaga na Casa após Lídice, que ocupava o primeiro lugar nas pesquisas e também estava em seu primeiro mandato, ser retirada da disputa e obrigada a ceder seu espaço por costuras partidárias. O parlamentar opinou, contudo, que são situações diferentes:
— Sem desmerecer a deputada, política é número. Hoje, o nosso partido é o maior do estado e não pode abrir mão de uma posição que já tem. O partido de Lídice, na época, era bem menor que o PSD. Política não é saudosismo.
A declaração não agradou a pessebista, que retrucou:
— Quem vota é o povo. Não é sobre o tamanho do partido, mas sim a representatividade política da pessoa. Não adianta ter partido grande — frisou a senadora.
Lidice afirmou ainda que, em 2018, ela tinha mais intenção de voto nas pesquisas que Ângelo Coronel. Como o grupo decidiu pelo nome dele, concorreu à Câmara dos Deputados.
— E sem nenhuma vaidade, naquele período eu tinha dez vezes mais a aprovação do que tinha quem se tornou o então candidato Coronel. Ele declarou recentemente que eu aceitei ou concordei: eu nunca aceitei e sempre registrei a minha desaprovação. A única mulher que foi senadora da Bahia foi retirada — lembra ela.
A insatisfação de Ângelo Coronel se dá pelo desejo do PT de encabeçar uma chapa puro-sangue nas eleições de 2026 na Bahia. A sigla tem defendido a “super chapa dos vencedores”, composta por Jerônimo, que será candidato à reeleição, o senador Jaques Wagner e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O apelido é justificado pela presença de três ex-governadores.
À frente do governo estadual há 18 anos, alas do PT têm reiterado que querem ocupar os principais postos da chapa majoritária. Articuladores das demais nove siglas da base — PCdoB, PV, PSD, Avante, MDB, PSB, Podemos, Solidariedade e Agir — descrevem a postura como “autoritária” e “egoísta”.
Interlocutores ouvidos pelo GLOBO apontam que, entre os três políticos, Jaques Wagner estaria sob maior risco de perder o seu lugar. Além de ser visto como um nome de menor densidade eleitoral do que Rui Costa, ele enfrenta resistência com as lideranças por um movimento que tem costurado nos bastidores para tornar seu chefe de gabinete, Lucas Reis, deputado federal. A manobra não tem agradado seus aliados. Na semana passada, em coletiva, Reis disse ter uma chance “de 80 a 90%” de sair candidato.
Wagner, por sua vez, tem dito que não abrirá mão da candidatura. Sua assessoria confirmou ao GLOBO que ele será disputará o Senado.
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