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POLÍTICA

Lula faz a primeira visita à equipe de transição de governo

10 de novembro, 2022

Lula diz que pessoas ‘são levadas a sofrer’ para que governo garanta estabilidade fiscal no país O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), […]

Lula faz a primeira visita à equipe de transição de governo

Lula diz que pessoas ‘são levadas a sofrer’ para que governo garanta estabilidade fiscal no país

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionou nesta quinta-feira (10) a adoção de medidas para garantir a estabilidade fiscal no país mesmo que, segundo ele, essas ações levem as pessoas a “sofrer”.

A declaração ocorreu durante a primeira visita de Lula ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, que abriga a equipe responsável pela transição de governo.

No discurso, Lula também disse que, embora tenha como meta governar para todos, a prioridade serão “as pessoas mais necessitadas”. Ele também defendeu uma rediscussão da relação entre o capital e o trabalho no país.

“Ora, por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social deste país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia? Por que que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento? Por que que a gente não estabelece um novo paradigma de funcionamento neste país?”, questionou o presidente eleito.

Na sequência, Lula chorou e voltou a dizer que “a prioridade zero” de seu governo será o combate à fome no país.

Mais necessitados

Lula disse que foi eleito pelo “voto daquelas pessoas que mais necessitam” e que, embora tenha que governar para todos, seu governo irá “tratar prioritariamente as pessoas mais necessitadas”.

Ele defendeu não apenas a rediscussão da reforma trabalhista aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer, mas também da “relação capital e trabalho no século 21”.

“A gente tem que discutir o mundo do trabalho. Vocês não podem viver num mundo em que os trabalhadores parecem que são microempreendedores, mas que trabalham como se fossem escravos sem nenhum sistema de seguridade social para protegê-los no infortúnio. Os empresários que ficaram chateados porque nós dissemos que vamos rediscutir a legislação trabalhista, a verdade é que nós vamos ter que rediscutir a relação capital e trabalho no século 21. Quem é empresário sério, quem é sindicalista sério sabe que a gente não poderia ficar no século 21 tratando apenas da lei feita em 1943. Mas a gente não pode abdicar daquilo que era conquista e que dava segurança ao ser humano mais humilde”, disse Lula.

Alckmin

No discurso, Lula também afirmou que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) não será ministro do futuro governo.

Presidente eleito fez elogios a Alexandre de Moraes

Nesta quinta, Lula também comentou sobre as visitas feitas na quarta-feira (9) aos presidentes da Câmara, do Senado, do STF e do TSE. Segundo ele, as visitas serviram para dizer às instituições que haverá paz.

“Ontem, vim aqui para visitar as instituições brasileiras e dizer o seguinte: ‘A partir de agora, vocês vão ter paz. Vocês não vão ter um presidente desaforado, querendo intervir na Suprema Corte, querendo intervir na Justiça Eleitoral, querendo intervir no Congresso Nacional’. Ou seja, não é possível os ministros da Suprema Corte não poderem ir a um restaurante, no cinema, sair de casa”, afirmou Lula.

Lula também dedicou uma parte do discurso desta sexta a elogiar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Para Lula, Moraes teve uma postura “exemplar” nas eleições e se tornou “orgulho de todo o Brasil”. O presidente Jair Bolsonaro fez ao longo dos últimos anos uma série de críticas a Moraes e chegou a xingar o ministro.

“O presidente do Tribunal Superior Eleitoral teve uma coragem estupenda, um homem que teve um comportamento exemplar, que é orgulho de todo o Brasil. E não me importa se o Alexandre de Moraes é conservador, não importa se ele é progressista, não importa se é de direita, de centro, o que importa é ele que foi de muita coragem e muita dignidade na lisura e no compromisso de dirigir as eleições,” disse Lula. Em seguida, Lula disse que “este país vai voltar à civilidade”.