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ECONOMIA

Maior importador mundial de fertilizantes, Brasil tem meta de produzir até 2050 de 45% a 50% da demanda

19 de setembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Para cumprir, país precisa aumentar cinco vezes o investimento

Maior importador mundial de fertilizantes, Brasil tem meta de produzir até 2050 de 45% a 50% da demanda
Agricultura brasileira importa entre 75% a 95% de fertilizantes. Foto: Freepik

O Brasil é o maior importador mundial de fertilizantes, adquirindo 87% do que consome de países como Canadá, Rússia, Bielorrússia, Israel e Alemanha. De acordo com o Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), o país importa 75% dos fosfatados, 85% dos nitrogenados e 95% do potássio.

Em 2022, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, vinculada à Presidência da República, publicou o Plano Nacional de Fertilizantes 2050 (PNF 2050), para estimular a produção nacional do insumo. A meta é chegar em 2050 com produção doméstica capaz de atender de 45% a 50% da demanda.

Bernardo Silva, diretor executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), estima que para alcançar esse resultado o país receberá R$ 150 bilhões em investimentos.

—Vamos ter que produzir cinco vezes mais do que produzimos hoje — diz.

Aos poucos, os aportes começam a deslanchar. Um exemplo de investimento que começa a sair do papel é da Potássio do Brasil, que pertence à Brazil Potash, em Autazes (AM). A reserva na região é estimada em 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A planta industrial deve produzir 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano a partir de 2029, podendo triplicar o volume a longo prazo, disse Adriano Espeschit, presidente da Potássio do Brasil. Os investimentos totais são estimados em US$ 2,5 bilhões. A Brazil Potash prepara uma oferta pública inicial de ações na bolsa de Nova York para captar parte do recurso.

— Obtivemos 21 licenças para realizar o projeto, com 333 condicionantes ligadas a questões socioambientais que estão sendo seguidas à risca — afirma Espeschit.

A Potássio do Brasil obteve a licença ambiental prévia do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) em 2015, mas o projeto foi questionado na Justiça em relação a riscos socioambientais e ficou paralisado por anos.

Dobrar capacidade

Em fosfatados, a Galvani Fertilizantes planeja investir R$ 3 bilhões até 2027 para dobrar a capacidade de produção na Bahia em dois anos, para 1,2 milhão de toneladas por ano de fertilizantes. Os recursos também serão destinados para construir uma fábrica no Ceará, em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) de 2008, que ainda aguarda licenças para construção. Em Santa Quitéria (CE), a capacidade de produção será 1 milhão de toneladas de fosfatados por ano e 220 mil toneladas anuais de fosfato bicálcico.

—Tem muitos projetos que dependem de licenciamento ambiental. Falta previsibilidade no licenciamento — diz Marcelo Silvestre, CEO da Galvani Fertilizantes.

Em nitrogenados, a Yara espera começar a produzir em outubro deste ano amônia de baixo carbono no Brasil, em parceria com a Raízen. A previsão é produzir 15 mil toneladas de amônia verde, o equivalente a 2,5% da sua produção anual.


BS20240919110010.1 – https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/09/19/maior-importador-mundial-de-fertilizantes-brasil-tem-meta-de-produzir-ate-2050-de-45percent-a-50percent-da-demanda.ghtml