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Max Verstappen é bicampeão mundial de F1 no Japão

9 de outubro, 2022

Holandês vence em Suzuka e carimba título após punição a Leclerc e confusão no fim. Corrida foi paralisada por mais de 2h devido a chuva […]

Max Verstappen é bicampeão mundial de F1 no Japão
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Holandês vence em Suzuka e carimba título após punição a Leclerc e confusão no fim. Corrida foi paralisada por mais de 2h devido a chuva e teve revolta de pilotos com trator na pista

Uma reviravolta após a bandeirada! Max Verstappen sagrou-se bicampeão mundial de F1 2022 após vencer o GP do Japão. Era questão de tempo, mas até o holandês ficou confuso: o título só foi definido neste domingo após punição de cinco segundos a Charles Leclerc, que cortou por fora da pista ao se defender de Sergio Pérez. Com a penalização, o monegasco da Ferrari caiu da segunda para a terceira colocação, garantindo a margem matemática para o bi do piloto da RBR.

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REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/ @MAXVERSTAPPEN1

A direção de prova alegou que, por mais que não tenha ganhado uma posição ao escapar dos limites, Leclerc sustentou uma “vantagem duradoura”. A determinação leva em consideração as “inúmeras reuniões de pilotos onde os diretores de prova aconselharam que uma ‘vantagem’ seria considerada como obtida se você sair da pista e retornar na mesma posição enquanto se defende.”

O título foi confirmado em um momento um tanto curioso: Verstappen soube que era bicampeão do mundo no meio das entrevistas pós-corrida, tradicionalmente realizadas com os três pilotos do pódio. Leclerc não foi ouvido pelos comissários antes da penalização.

Max deixa o Japão com 113 pontos de vantagem sobre o companheiro Sergio Pérez, novo vice-líder. É apenas um ponto a mais do que os 112 restantes em disputa. A Fórmula 1 segue para o GP dos Estados Unidos, em Austin, no dia 23 de outubro.

Max Verstappen recebe bandeirada para vencer GP do Japão de F1 2022 — Foto: Clive Rose/Getty Images

Max Verstappen recebe bandeirada para vencer GP do Japão de F1 2022 — Foto: Clive Rose/Getty Images

O segundo título do holandês foi confirmado justo no palco em que ele fez sua estreia na F1, em 2014. Com apenas 17 anos, Verstappen tornou-se o mais jovem da história a participar da categoria quando guiou o carro da STR – atual AlphaTauri – no TL1 em Suzuka.

Com o triunfo em Suzuka, Verstappen entra para um seleto grupo de bicampeões consecutivos na F1. O holandês da RBR agora faz companhia a Lewis Hamilton, Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Michael Schumacher, Mika Hakkinen, Ayrton Senna, Alain Prost, Jack Brabham, Juan Manuel Fangio e Alberto Ascari.

Mesmo na maior temporada da F1 de todos os tempos, com 22 corridas, Max Verstappen conseguiu fazer ainda mais história. Ao conquistar seu bicampeonato mundial com quatro corridas de antecipação, o holandês registrou a terceira maior antecedência nos 72 anos da categoria. Ele se iguala à campanha do bi de Sebastian Vettel, em 2011.

Max Verstappen celebra vitória no GP do Japão, que cravou segundo título da F1 em 2022 — Foto: Clive Mason/Getty Images

Max Verstappen celebra vitória no GP do Japão, que cravou segundo título da F1 em 2022 — Foto: Clive Mason/Getty Images

A corrida deste domingo foi marcada por chuva, paralisação de mais de 2h e até trator na pista – uma infeliz lembrança da disputa de oito anos atrás, quando Jules Bianchi colidiu com um guindaste. Nove meses depois, em julho de 2015, o francês se tornou a última fatalidade registrada na F1.

Revoltado pelo rádio, Gasly foi o primeiro a evocar a memória do amigo, mas logo teve a companhia de outros pilotos do grid. A FIA, por sua vez, destacou que o francês estava sob alta velocidade em bandeira vermelha quando passou pelo trator. Punido com 20s, o piloto da AlphaTauri não quis reduzir abruptamente por temer aquaplanagem e o risco de repetir o acidente do compatriota.

Pai de Jules, Phillipe Bianchi acusou a F1 de desrespeitar o piloto falecido. A FIA prometeu investigar o incidente após a corrida.

A disputa no Japão não teve as 53 voltas previstas completadas por causa da chuva. Inicialmente, acreditava-se que a FIA ia adotar sua pontuação de contingência, com apenas 19 pontos para o vencedor em casos de mais de 50%, mas menos de 75% da corrida concluída – como aconteceu em Suzuka. Entretanto, a regra é válida apenas para casos em que a disputa é suspensa. Como o GP terminou sob bandeirada, a entidade optou pela pontuação cheia.

Direção de prova enviou trator para remover Ferrari de Carlos Sainz no GP do Japão antes dos carros deixarem a pista — Foto: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Direção de prova enviou trator para remover Ferrari de Carlos Sainz no GP do Japão antes dos carros deixarem a pista — Foto: Bryn Lennon – Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Sem a declaração de “corrida molhada”, que torna mandatório o uso dos pneus de chuva forte, todos os 20 pilotos do grid saíram de pneus intermediários. Uma escolha ousada, para dizer o mínimo: a pista estava muito molhada e a visibilidade, baixíssima.

Com dois abandonos pouco após a largada, a direção de prova instaurou a bandeira vermelha já na segunda volta. Foram 2h07 de espera e uma tentativa suspensa de relargada até que a corrida, enfim, recomeçou. Os pilotos retornaram à pista sob cronômetro, com cerca de 40 minutos restantes, já que não seria possível fazer todas as voltas dentro do limite máximo de três horas.

Resultado

FIA — Foto: FIA

FIA — Foto: FIA

A largada

Cerca de 1h antes da largada, a FIA emitiu um esclarecimento sobre uma possível largada lançada, com os carros em fila atrás do safety car, mas o procedimento padrão foi mantido. Todo o grid saiu de pneus intermediários, uma aposta um tanto quanto otimista – para não dizer ingênua – dadas as condições da pista.

Na volta de apresentação, o spray d’água era um prenúncio de uma largada com baixíssima visibilidade. Assim aconteceu. Leclerc e Verstappen ficaram lado a lado, mas o holandês da RBR retomou a ponta na saída da primeira curva. A primeira volta foi animada: Vettel rodou e despencou de nono para 17º, Pierre Gasly colidiu e ficou com uma placa de publicidade presa em sua asa dianteira, Sainz e Albon abandonaram.

Insistência nos erros

O safety car foi acionado, mas não demorou até que a direção de prova instaurasse bandeira vermelha, na volta 2. O “detalhe” é que, enquanto os carros se dirigiam ao pitlane, havia um trator – na contramão! – para a remoção do carro de Carlos Sainz.

A presença do guindaste é uma infeliz coincidência. Há pouco mais de 8 anos, o GP do Japão foi encerrado de forma precoce após grave acidente de Jules Bianchi, que se chocou com um trator que retirava a Sauber de Adrian Sutil da pista. O francês morreu nove meses depois, vítima de consequências da colisão em Suzuka.

Trator remove Ferrari de Carlos Sainz da pista, após colisão em largada no GP do Japão — Foto: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Trator remove Ferrari de Carlos Sainz da pista, após colisão em largada no GP do Japão — Foto: Bryn Lennon – Formula 1/Formula 1 via Getty Images

A FIA, por sua vez, alegou que Gasly estava em alta velocidade sob bandeira vermelha antes de passar pelo trator e o puniu com 20 segundos. A justificativa não é nova: a entidade também apontou velocidade excessiva em relatório de 396 páginas do acidente de Bianchi.

A corrida

A corrida seguiu paralisada por 50 minutos antes de uma primeira tentativa de relargada, que logo foi suspensa pela FIA. Sem condições de corrida em Suzuka, a entidade eventualmente instaurou o cronômetro – há um limite rígido de três horas para a conclusão dos GPs.

  • RELARGADA

Após 2h07, os pilotos retornaram ao traçado para uma largada em movimento, atrás do safety car. Quando o safety car entrou nos boxes, Verstappen disparou à frente de Leclerc, com Pérez e Ocon mantendo suas posições. Hamilton fechava o top 5.

Vettel e Latifi foram os primeiros a trocar os pneus faixa azul pelos intermediários. Pouco depois, RBR, Ferrari e Mercedes seguiram a estratégia – mas Russell definiu a decisão como “a pior” já tomada pela equipe alemã.

De pneus intermediários, Verstappen logo foi abrindo vantagem sobre Leclerc à medida em que o traçado secava. A 20 minutos do fim, a distância entre os dois rivais era de 10s333.

  • TCHAUZINHO

Russell, que tinha perdido algumas posições com as trocas de pneus, superou Tsunoda em bela manobra para assumir o décimo lugar. Pouco depois, foi a vez de o britânico da Mercedes levar a melhor sobre o compatriota Lando Norris, subindo ao nono lugar.

  • SOLTANDO FAÍSCAS

Hamilton seguia em sua perseguição particular a Esteban Ocon quando enfim se aproximou do francês. Os dois se tocaram brevemente após o piloto da Mercedes colar na traseira da Alpine. Até faísca saiu do contato entre os dois, quando Hamilton tentava a ultrapassagem por fora.

  • BATALHA PELO SEGUNDO LUGAR

Após tirar 1s de distância para Leclerc em uma única volta, Pérez se aproximou ainda mais do monegasco e tentou o bote. Com pneus mais desgastados que o rival, o piloto da Ferrari conseguiu segurar as investidas do mexicano.

Mas foi desta disputa que saiu a decisão do campeonato. Já perto da linha de chegada, Leclerc cortou por fora da pista para se defender e espalhou sobre o mexicano da RBR. A direção de prova anunciou que investigaria o incidente. Não deu outra: punição de 5s para o monegasco, que caiu para terceiro.

Antes de descobrir – no meio da entrevista – que era bicampeão do mundo, Verstappen sobrou na chuva. Foram mais de 27s de diferença para Leclerc no momento da bandeirada.

  • UÉ, CAMPEÃO?

Chefe de equipe da RBR, Christian Horner admitiu que nem os austríacos sabiam que Verstappen levaria os 25 pontos na corrida de hoje. A própria equipe demorou a comemorar o título mundial do holandês.

A Fórmula 1 retorna daqui a 14 dias com o GP dos Estados Unidos, no Circuito das Américas, em Austin. A prova texana será em 23 de outubro.

 

Fonte: Por Redação do ge — Suzuka, Japão