Com Selic a 13,25%, Brasil fica em segundo lugar no ranking mundial de juros reais
País, que tem taxa de 9,18%, só perde para a vizinha Argentina
Entidade avalia que algumas propostas dependem de aprovação do Senado e impacto nos preços pode levar alguns meses
Mesmo com a inflação de alimentos encerrando 2024 em 7,6%, o consumo nos lares brasileiros cresceu 3,72% no ano passado, segundo indicador da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que considera uma cesta de 35 produtos de largo consumo, incluindo arroz, feijão, batata, leite e carnes. A Abras tem expectativa de recuo no consumo este ano, diante de aumento de juros e dólar em alta, e espera que as medidas anunciadas pelo governo para reduzir a inflação dos alimentos sejam implementadas de forma rápida para trazer algum alívio nos preços.
— Não é só dólar, juros, taxas de cartão, Temos impostos na folha de pagamento, por exemplo. O governo já sinalizou que algumas medidas podem avançar, mas outras devem passar pelo Congresso. Então, não é de hoje para amanhã que haverá impacto. Isso deve acontecer nos próximos meses — disse Marcio Milan, vice-presidente da Abras, lembrando que a recuperaçao do mrcado de trabalho e o ganho de renda dos brasileiros impulsionaram o consumo de alimentos no ano passado.
A própria Abras sugeriu algumas medidas ao governo, entre elas a reestruturação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), por meio do PAT e-social, com apoio da Caixa Econômica Federal, e que pode gerar economia da ordem de R$ 10 bilhões anuais.
Outras medidas apresentadas pela entidade foram a venda de remédios sem receita nos supermercados, que pode reduzir os preços em 35%, a modernização do sistema de prazos de validade, o chamado Best Before, e a redução do prazo de reembolso dos cartões de crédito.
— Uma das medidas que poderia ter reflexo imediato seria a redução das taxas do cartão de vale refeição e alimentação — disse Milan.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a discussão das medidas, citou que a regulamentação de mecanismos para aumentar a competição em cartões de refeição e alimentação poderiam ajudar a baratear os preços para o consumidor.
Hoje, as taxas cobradas no VR e no VT são elevadas e pesam sobre os lojistas. Mas a regulamentação do tema está travada há mais de dois anos, com uma queda de braço entre a Fazenda e o Banco Central sobre quem deve tratar do assunto.
Mas o aumento da taxa de juros Selic, divulgado ontem pelo Banco Central, de 12,25% para 13,25% ao ano vai no sentido contrário, pressionando preços. O impacto não é imeditado, já que tudo o que foi negociado e comprado pelos supermercados tinha taxa de juros anterior. Mas haverá impacto em breve.
Além disso, o emprego deve crescer menos este ano, haverá aumento de combustíveis e o dólar, apesar de pequeno recuo, continua em patanar elevado. Entre dezembro de 2024 e janeiro deste ano, o preço da cesta de alimentos medida pela Abras já subiu 1,10%.
— Nos últimos três anos, tivemos aumento de mais de 3% no consumo dos lares. mas este ano, nossa previsão é que o crescimento fique em 2,70% — disse Milan.
83%. No ano passado, entre os alimentos que mais tiveram reajuste de preços, pesando no bolso do brasileiro estavam as carnes. Os cortes dianteiros subiram 25% em 12 meses, enquanto os cortes trasieors tiveram reajuste de 20,05% no período. O frango subiu 8,26%, enquanto o café torrado e moído subiu 39,60%. Já o óleo de soja teve alta de 29,22% e o leite longa vida subiu 18
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