VARIEDADES

Médium em ‘A viagem’, ator Cláudio Cavalcanti era ateu e teria deixado de ser cético durante gravações

28 de maio, 2025 | Por: Agência O Globo

O artista morreu em 2013 e elegeu o Doutor Alberto como um dos seus principais personagens

Cláudio Cavalcanti como o Dr. Alberto de ‘A viagem’ e em seu último papel na TV — Foto: Reprodução e Divulgação

Com a reprise da novela “A viagem” no “Vale a pena ver de novo”, o público vem relembrando artistas que marcaram esta trama e outras produções da teledramaturgia brasileira. Um deles é o ator Cláudio Cavalcanti, que interpretou o médico espiritualista Alberto, citado por ele mesmo como um dos seus principais papéis na carreira.

Cláudio morreu em 2013, aos 73 anos, e teve diferentes profissões ao longo da vida. Foi ator, diretor, cantor, escritor, dublador e vereador por dois mandatos. Quando faleceu, ocupava o cargo de secretário municipal de Defesa dos Animais do Rio de Janeiro. Ela se considerava um ateu convicto, mas lembrou que muitas pessoas achavam que ele era espírita, por conta do personagem da novela de Ivani Ribeiro.

“Essa conversa de Deus, pátria e família é motivo dos maiores crimes da história. Durante essa novela, eu aproveito para fingir que acredito em alguma coisa”, disse ele à época, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Ary Fontoura, Tânia Scher, Cláudio Cavalcanti e Suzy Rego em 'A viagem' — Foto: Bazilio Calazans / Rede Globo
Ary Fontoura, Tânia Scher, Cláudio Cavalcanti e Suzy Rego em ‘A viagem’ — Foto: Bazilio Calazans / Rede Globo
Cláudio Cavalcanti como o Dr. Alberto de 'A viagem' — Foto: Reprodução
Cláudio Cavalcanti como o Dr. Alberto de ‘A viagem’ — Foto: Reprodução

Impacto nas crenças

Doutor Alberto tinha o papel de ajudar a mãe de Alexandre (Guilherme Fontes) a superar o luto. Dona Maroca foi interpretada pela atriz Yara Cortes, na versão de 1994. O médium tentava contato com Alexandre em diferentes cenas, e acaba se envolvendo afetivamente com uma das irmãs do morto, Estela (Lucinha Lins).

Vários anos depois, a atriz chegou a dizer que sentiu que Cláudio deixou de ser ateu ao longo da trama.

“Cláudio Cavalcanti, por exemplo, que fazia meu par romântico na novela, era super ateu. Não ficou assim quando acabou a novela, não. Teve alguma coisa ali que mudou nele, de ele dizer que estava lendo e querendo saber das coisas. (Antonio) Fagundes também ria um pouco disso, mas tinha um respeito que foi acontecendo no meio disso tudo. Tiveram umas coisas bonitas ali”, contou Lucinha em entrevista ao programa The Noite.

Últimos papéis

O ator ficou marcado por outros personagens das mais de 50 novelas em que atuou, como o Jerônimo, um dos protagonistas de “Irmãos Coragem” (1970), e o Padre Albano, de “Roque Santeiro” (1985). Mas nos seus últimos anos de vida, ficou afastado da televisão, seu último papel foi na série “Sessão de terapia”, convidado por Selton Mello.

Em sua última entrevista, ao jornalista Zean Bravo, no jornal O Globo, ele contou que vinha sendo mais seletivo nos trabalhos que fazia.

“Tenho tido muitos convites, mas não queria fazer participação especial em novela ou ‘Malhação’. Queria voltar com algo que fosse espetacular. São 57 anos de carreira. Pode parecer cabotinismo, mas já fiz muita coisa boa. Claro que também já fiz coisas ruins. Só que agora eu devo um padrão de qualidade ao meu trabalho. Estava atrás de algo que fosse me dar orgulho e prazer de ter feito”, respondeu ele.


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