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Whindersson Nunes se interna em clínica psiquiátrica
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Em entrevista à jornalista Maria Fortuna no videocast ‘Conversa Vai, Conversa Vem’, comunicador refletiu ainda sobre como enxerga o sexo hoje
Milton Cunha nasceu livre, ele diz. Mas não foi simples para o carnavalesco, comunicador e pesquisador da cultura brasileira, assumidamente gay, entender a própria sexualidade. A começar pela rejeição dos pais por ser, como diz, uma ‘criança viada’. O cenógrafo falou sobre o assunto à jornalista Maria Fortuna, no ‘Conversa vai, Conversa Vem’, videocast do Jornal OGlobo.
Já ouvi você dizer que transou com os pais dos seus amiguinhos, com amigos dos seus pais, que eram, inclusive, grandes símbolos de masculinidade… Qual era o tamanho da hipocrisia?
O castelo foi ruindo rápido, porque começa com meu pai e eu os primeiros jogos sexuais. Meu pai fazia coisas comigo e com meu irmão mais novo, que já eram jogos sexuais. A vizinhança era muito sexualizada.
Abuso, total, pegando nos órgãos genitais. Hoje, eu e meu irmão, conversando sobre isso… Perguntei: ‘Ele fazia isso contigo?’, Ele respondeu: ‘Fazia’. A gente conversa como forma de expurgar toda essa loucura que fica na nossa cabeça. Mas era uma infância muito sexualizada, erotizada, uma festa sexual.
Sim, e em Belém, depois, com a gente crescendo. Mas é um torpor, uma libido, né? Porque quanto mais eles tentam reprimir, mais o vulcão vem com força. Os amigos de meu pai que ele usava como símbolos de masculinidade, eram todos os que faziam jogos sexuais comigo. Eu transava com todos os machões. Assim, de perto, ninguém é normal. Todos nós temos essas variantes, o meu buraco oceânico, o teu buraco oceânico, todo mundo está tentando correr atrás do seu prejuízo, e a sexualidade é uma questão, é um problema.
Nesse exercício de poder, da penetração, de ‘deixa eu te comer, deixa eu te pegar’, isso é uma substituição da libido, de autoridade, de ditadura, né? Usar o sexo para dominação é o terror. Deveria ser a pulsação equilibrada de dois corpos. Se você manda, se é o pai e abusa do seu filho porque manda nele, porque ele não pode contar, ninguém vai acreditar nele, isso já é um exercício de poder.
Quando eu descubro que está tudo errado, que isso não é o bom sexo… A boa sexualidade é calma, conversada, praticada entre dois adultos num diapasão de energia boa. Eu busco hoje isso, este bom sexo. Tem lugar para o terreno baldio, para uma rapidinha? Tem. Porque também é excitante. Mas a grande relação, é descoberta em paz, com calma, sem tapa na cara, sem dor.
Não associo o sexo a dor, mesmo que já tenha vivido. Mas o sexo é sublime. Vejo que as religiões têm um problema seríssimo com o sexo, é um tabu, um dogma. E aí eu digo: “Essa gente não vai ser feliz”. Porque não vai descobrir a sua pulsação, a sua libido. E não tem como de você ser pleno sem poder exercitar a grandiosidade da tua sexualidade.
Ah, porque aí você é muito bonito e quer conhecer o mundo. E não tem um tostão pra pegar o voo pra Roma. E aí chega um senhorzão e diz: “Eu te levo”. E você, jovem, nada a perder, responde: “Ah, eu quero, quero ficar lá seis meses”. É uma forma de venda, de trocar a viagem para a Europa. Mas tanta gente se casa e é prostituto de seu marido ou de sua mulher. Tanta gente se casa para ser sustentado.
Quando você está numa relação para receber benesses materiais, meu amor, você já está a um passo da troca do sexo como mercadoria.
É péssimo. Irmã, Fortuna, é horrível. É horrível você estar ali marcando o tempo para conseguir mais uma viagem, mais uma roupa, é terrível. Chega uma hora que você diz: “Nossa, nunca mais”. Não quero, não nasci pra isso. Adoro gente que adora isso. Adoro pessoas que têm esse talento. Eu não tenho. Eu fiz porque eu queria viver coisas, vivi e depois me mantei.
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