Culpa de Aécio Neves X ‘grosserias verbais’: vice de Zema troca farpas com PSDB, seu ex-partido
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Presidente fez votos pela candidatura do senador; também cotado para o cargo, Alexandre Silveira (PSD) afirma não se sentir preterido
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), reagiu nesta sexta-feira ao apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), seja candidato ao governo de Minas Gerais. Também ventilado para o cargo, Silveira disse não se sentir preterido e afirmou que coordenará a campanha de ambos os políticos no estado.
— Achei o presidente, como sempre, lúcido. Ele tem musculatura para eleger o próximo governador de Minas Gerais e, naturalmente escolheu Pacheco para ser nosso candidato: é alguém que tem relevância, profundidade intelectual e liderança — disse ao Globo.
A articuladores, contudo, Pacheco tem dito não ter vontade de concorrer ao cargo e se inclina a se afastar da política a partir de 2027. Neste contexto, Alexandre Silveira é cogitado como plano B. Pesa contra ele a derrota nas urnas para Cleitinho (Republicanos), na disputa pelo Senado em 2022 por uma diferença de quase seis pontos percentuais. Isso porque, caso o escolhido seja Silveira, o confronto poderia voltar a se repetir, uma vez que Cleitinho é cotado para representar a direita na disputa.
O ministro, todavia, desconversa sobre o tema e afirma que o presidente do Senado terá “coragem” para enfrentar o desafio de ser candidato.
— Eu fui o primeiro a lançar Pacheco há mais de dois anos e tenho certeza, como diz o hino nacional ‘bom filho não foge a luta’. Ele é muito reflexivo, mas não fugirá da responsabilidade. Ele será governador de Minas para que o estado possa se reestabelecer. Eu ajudarei a coordenar a campanha dele e do presidente Lula — completou Alexandre Silveira.
Aliados de longa data, Silveira e Pacheco passaram por afastamentos recentemente. O ministro chegou ao Senado, primeiramente, para trabalhar em seu gabinete e assumiu o mandato, em 2022, após Pacheco ajudar na costura da indicação de Antonio Anastasia ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Das eleições majoritárias para cá, no entanto, os dois tiveram alguns impasses por não estarem na mesma página em relação ao governo federal. O tom republicano de Pacheco com Lula passou a destoar das defesas apaixonadas feitas por Silveira.
A declaração de apoio de Lula a Rodrigo Pacheco ocorre após uma série de farpas entre o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e seu governo. Articuladores avaliaram ao GLOBO que a interferência no cenário do estado teve o intuito de provocar Zema. Silveira, por sua vez, disse que Lula foi apenas “sincero” ao demonstrar sua afeição por Pacheco.
Nas últimas duas semanas, Zema fez críticas aos vetos de Lula ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e se ausentou da cerimônia que formalizou a concessão de um trecho da BR-381. Ele foi criticado pessoalmente pelo presidente e por seus ministros, Rui Costa (Casa Civil) E Renan Filho (Transportes). O impasse mais marcante se deu com Lula.
— Para falar a palavra obrigado tem que ter grandeza, caráter e humildade. Esse acordo das dívidas de Minas Gerais, o governador deveria vir aqui me trazer um prêmio, um troféu de primeiro presidente da República que ele tem conhecimento, que nunca vetou absolutamente nada de nenhum governador, de nenhum prefeito por ser contra ou por ser oposição — disse o presidente, sobre o Propa.
Em resposta à crítica, Zema escreveu em um post no X que “Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil”. Já sobre não ter ido na solenidade, o governador disse não ter tempo para “eventos burocráticos”.
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