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Morango doce, azedo ou suculento? Veja as variedades

12 de setembro, 2021

Comprar diretamente de quem produz pode ajudar na hora da escolha Sabe quando a gente vai ao mercado e encontra aquele morango do jeitinho que […]

Morango doce, azedo ou suculento? Veja as variedades
Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Comprar diretamente de quem produz pode ajudar na hora da escolha

Sabe quando a gente vai ao mercado e encontra aquele morango do jeitinho que a gente gosta e volta para comprar de novo mas acaba levando para casa uma bandeja de sabor e consistência completamente diferentes?

No Distrito Federal são plantadas 14 cultivares de morango, cada uma com sabor e características bem específicas | Fotos: Emater-DF

É que, ao contrário do que ocorre com frutas como uva e maçã, que têm especificadas as cultivares nas embalagens, no morango essa informação não aparece. E a diferença entre alguns tipos é bastante grande.

No Distrito Federal, por exemplo, são plantadas 14 cultivares de morango, cada uma com sabor e características bem específicas. Como fazer, então, para descobrir qual a melhor para você?

A gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Emater-DF, Adriana Nascimento, dá uma dica de ouro: comprar direto do produtor, nas feiras rurais ou por meio do site PõeNaCesta.

Crianças deram um colorido todo especial à atividade. Além de comer o morango, se divertiram em meio à plantação. Foto: Divulgação/Emater

Neste fim de semana (dias 10, 11 e 12) também será possível fazer isso na 25ª Feira do Morango de Brasília, na Associação Rural e Cultural Alexandre de Gusmão (Arcag), em Brazlândia. No espaço da Morangolândia, apoiado pela Emater-DF, há 40 estandes de produtores vendendo morango in natura ou em forma de doces, geleias e licores. O evento funciona das 10h às 22h e o acesso é livre.

“Quando você compra direto do produtor, você pode perguntar qual a cultivar e suas características: se é mais doce, mais azedinho ou suculento. Aí você pode escolher conforme suas preferências”, recomenda.

Adriana lembra que o sabor, embora seja a característica mais marcante para o consumidor, não é o único critério que o produtor rural precisa levar em conta no momento de definir a cultivar. “Ele precisa considerar aspectos técnicos, como resistência às pragas e doenças, ciclo, época de plantio. Não tem como eles plantarem apenas frutos grandes e doces, por exemplo”, esclarece.

A Emater-DF preparou um glossário básico sobre as 14 cultivares encontradas no DF. Saiba mais abaixo:

Monterey – originária da Califórnia (Estados Unidos), foi desenvolvida em 2009. É uma planta vigorosa, exigindo maior espaçamento na hora do plantio  e possui frutos grandes, com média de 32 gramas, formato alongado e cor vermelho brilhante. São frutos bastante firmes com moderada resistência a doenças, porém suscetível ao míldio. São indicados para consumo in natura.

Albion – também da Califórnia, foi desenvolvida em 2004. A planta apresenta porte médio com folhas de tamanho e espessura maiores que as outras variedades. Apresenta bom rendimento e poucos picos na produção de frutos, facilitando a colheita. Os frutos são brilhantes, possuem cor vermelha escura e formato arredondado e alongado, com boa firmeza. Sua concentração de açúcar é elevada, e a indicação é para consumo in natura.

San Andreas – resultado do cruzamento da cultivar Albion, foi desenvolvida em 2009, na Califórnia. Planta de porte médio, possui perfil de resistência a doenças fúngicas e pragas. Os frutos apresentam cor vermelho-laranja, são grandes e longos, pesando entre 20 e 30 gramas, com boa firmeza, resistentes ao transporte e ao armazenamento pós-colheita. Indicado principalmente para a comercialização para o mercado in natura.

Aromas – originária do cruzamento de dois híbridos da Califórnia, foi desenvolvida em 1997. A planta possui densidade foliar média, com folhas de tamanho médio e formato de recorte arredondado. É relativamente resistente ao oídio. Os frutos apresentam coloração vermelho-escuro, com peso médio 24 a 26 gramas podendo chegar até 45 gramas. A polpa é firme, teores de açúcares, acidez, sabor e aroma são medianos, comparados com as cultivares Albion e Monterey. Apresenta boa qualidade tanto para o mercado in natura quanto para industrialização.

PRA Estiva – surgiu do cruzamento das cultivares Cartuno, Diamante e Aromas, no município de Estiva (MG). Destaca-se das demais variedades pela elevada produtividade, colheita precoce e ciclo prolongado de colheita, com excelentes características comerciais. Apresenta tolerância a principais pragas e doenças e conservação pós-colheita. Tem apresentado boa adaptação em plantios a céu aberto e em cultivos protegidos especialmente sob manejo semi-hidropônico. Seus frutos são firmes e resistentes, a polpa é de cor vermelha intensa, com aroma elevado.

Camino Real – da Califórnia, desenvolvida em 2001, a planta apresenta porte pequeno e compacto, com produção mais tardia. Possui boa polinização, apresenta tolerância aos danos causados por chuvas, além de tolerância à doença denominada Flor preta e suscetibilidade ao Botrytis. Seus frutos são grandes, média de 25 gramas, de cor interna e externa vermelho intenso, boa firmeza, resistentes ao transporte e armazenamento pós-colheita. Recomendada para mercado in natura e industrialização.

Camarosa – é da Califórnia e foi desenvolvida em 1992. Se adapta em diversas regiões produtoras. No entanto, é sensível ao Oídio. Susceptível à mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae), à antracnose (Colletotrichum fragariae e Colletotrichum acutatum) e ao mofo cinzento (Botrytis cinerea). Seus frutos são grandes, com massa média de aproximadamente 20 gramas, de cor interna e externa vermelho intenso, sabor subácido. Indicada para o consumo in natura e para a industrialização.

OSO Grande – planta vigorosa, com folhas grandes e de coloração verde escura; ciclo mediano e elevada capacidade produtiva. Tolerante ao mofo cinzento (Botrytis cinerea) e susceptível à mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae) e à antracnose (Colletotrichum fragariae e Colletotrichum acutatum).Cultivar para mesa com frutos de tamanho grande, polpa de textura firme no início da produção e mediana no final da colheita, de coloração vermelha clara e aromática, epiderme vermelha clara e doces. Própria para consumo in natura.

Dover – desenvolvida em 1979 na Flórida (Estados Unidos), é uma cultivar de mesa, com produtividade alta, frutos firmes de boa conservação pós-colheita, de coloração vermelha intensa, porém ácidos. Apresenta alta sensibilidade ao ataque de doenças bacterianas, tolerância a fungos de solo. Adequada para mercados distantes das áreas de produção.

A verdadeira fruta do morangueiro são aqueles pontos amarelinhos ou pretinhos que vemos do lado de fora dos morangos

Festival – também com origem na Flórida, foi desenvolvida em 2000. Considerada como uma cultivar precoce, de alta produtividade, apresenta frutos grandes, firmes, de coloração vermelha intensa e excelente aroma e sabor. Planta com excelente resistência às enfermidades, tanto foliares como radiculares. Mantém a forma e tamanho durante todo o ciclo produtivo. Boa produção no segundo ano. Própria para consumo in natura.

Pircinque – cultivar italiana, desenvolvida em 2006, difundida comercialmente em 2010. Com baixa exigência em frio, tem maturação de frutos precoce e muito bem adaptada às condições meridionais de cultivo, apresenta plantas com elevado vigor principalmente em solos bastante férteis, sendo necessário adequado aporte nutricional. Frutos de formato cônico alongado e elevada massa média durante todo o período de produção, muito regular, elevada firmeza, coloração  e polpa vermelha brilhante, consistência elevada, média acidez e muito doce.

Portola – originária da Califórnia, é resultado do cruzamento de Camino Real  e Ventana. Planta com vigor semelhante ao Camino Real, com alto rendimento, e semelhantes em tamanho a Camino Real. Cultivar moderadamente resistente a oídio, antracnose, podridão da coroa e murcha de Verticillium, porém, moderadamente suscetível à Phytophthora, podridão da coroa, e da mancha comum, tolerância condicional ao ácaro rajado. Considerada a mais produtiva das cultivares neutras, própria para consumo in natura, apresenta fruto de cor vermelho brilhante, grande, e peso médio de 30g, forma cônica curta, coloração de polpa também vermelho brilhante.

Sabrina – de origem espanhola, tem boa adaptação local. Desde o início de seu cultivo no país, tem tido grande aceitação de mercado. Frutos com características muito típicas, de coloração vermelho intenso, são muito doces, suculentos, carnosos e firmes. Cultivar própria para consumo in natura e que se adapta ao cultivo hidropônico.

Fronteras – cultivar de morango da Califórnia, lançada em 2014. Demonstra características importantes de resistência a doenças, como à murcha de Fusarium e tem um maior nível de resistência à murcha de Verticillium e Phytophthora do que outras cultivares de dias curtos. Apresenta plantas grandes e vigorosas e frutos grandes, vermelho brilhante, cônicos e firmes.

* Com informações da Emater-DF