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POLÍTICA

MPF cobra R$ 5 milhões de Damares por falsa denúncia sobre crimes sexuais

12 de setembro, 2023

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública nessa segunda-feira (11) na Justiça Federal no Pará por danos sociais e morais coletivos contra […]

MPF cobra R$ 5 milhões de Damares por falsa denúncia sobre crimes sexuais
Damares

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública nessa segunda-feira (11) na Justiça Federal no Pará por danos sociais e morais coletivos contra a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a União. Na ação, os procuradores pedem que as duas partes sejam condenadas a indenizar em R$ 5 milhões (R$ 2,5 milhões cada) a população do arquipélago do Marajó (PA). O processo se refere a uma fala da ex-ministra num culto evangélico, durante as eleições de 2022, contendo falsas informações sensacionalistas envolvendo abuso sexual e torturas às crianças do Marajó.

O episódio se refere a declarações dadas pela ex-ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos de Jair Bolsonaro durante um culto religioso em Goiânia em outubro do ano passado. Na ocasião, ela expôs detalhes de casos de violência e abuso sexual diante de uma plateia formada, inclusive, por crianças.

“Eu vou contar uma história para vocês, que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças brasileiras de três, quatro anos que, quando cruzam as fronteiras, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, relatou. Ela disse ainda que as meninas e meninos comem comida pastosa “para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”, afirmou a ex-ministra em sua pregação. Damares não falou quais providências foram tomadas sobre os casos e nem se foram feitas denúncias para os órgãos competentes.

A ex-ministra afirmou que falava no culto como pastora, e não como política. Damares disse que tinha o “manto constitucional” para se expressar no local e defendeu abertamente o voto no presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Tem coisas que eu não posso falar lá fora, mas aqui eu tenho uma liberdade constitucional de manifestar a minha fé. A guerra contra Bolsonaro que a imprensa levantou, que o Supremo levantou, que Congresso levantou, não é uma guerra política, é uma guerra espiritual”, disse Damares.