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Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, rebate movimento ao dizer que ritmo da reforma agrária voltou aos níveis de Lula 1 e 2
Em uma nova ofensiva para pressionar o governo a avançar com a reforma agrária, o Movimento Sem Terra ( MST) iniciou neste fim de semana uma série de manifestações do chamado “Abril Vermelho”. Foram seis propriedades invadidas desde sábado, em quatro estados diferentes — Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Responsável pela relação do Executivo com o grupo, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que os assentamentos de famílias estão avançando e defendeu a “mediação de conflitos” diante das ocupações.
Teixeira é um dos que podem deixar o governo na reforma ministerial após lideranças do movimento pedirem sua saída por considerarem que o ritmo de desapropriações de terras para assentar famílias sem-terra está aquém do que poderia ser. No início do ano, o grupo divulgou uma carta na qual cobrou o assentamento de 100 mil famílias que, nos cálculos do movimento, seguiam acampadas pelo país.
Segundo Teixeira, contudo, o ritmo da reforma agrária no país foi retomado aos níveis dos dois primeiros governos de Lula. “Passamos dois anos reconstruindo tudo o que os governos passados destruíram. Agora estamos colhendo os frutos. A reforma agrária voltou ao ritmo dos dois primeiros governos do presidente Lula, dentro dos parâmetros constitucionais e mediando conflitos para garantir paz no campo”, disse o ministro, em nota.
Na avaliação de integrantes da pasta, as invasão do grupo são um instrumento legítimo de pressão e já eram esperadas, a exemplo do que ocorre anualmente neste mês. O chamado “Abril Vermelho” marca o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 21 mortos em 1996. No período, o movimento tradicionalmente promove marchas e invasões.
Teixeira não tem reuniões previstas com o movimento ou com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que já tem criticado as ações a serem realizadas pelo MST neste mês.
No mês passado, o ministro participou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de evento em Minas em que fizeram acenos ao MST . Na ocasião, o petista anunciou editais e crédito para o programa de reforma agrária. Essa etapa do plano prevê o assentamento de 12 mil famílias.
Dentre as invasões realizadas no fim de semana está a da Usina Santa Teresa, em Goiana, no Pernambuco. O movimento pede a desapropriação total das terras e que o goberno federal intensifique o processo de desapropriação da área.
Outra invasão, ocorrida na madrugada de sábado, foi de uma propriedade às margens da BR-116, no município de Frei Inocêncio, em Minas. Mais de 600 famílias estão no local, segundo informações do MST.
Em 2023 e 2024, o governo assentou 25,8 mil famílias em assentamentos convencionais e ambientalmente diferenciados. Durante os quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, este número foi 4,3 mil, segundo dados do ministério. O número ainda é inferior aos dois primeiros governos Lula. Em 2003 e 2004, por exemplo, foram 40,6 mil famílias assentadas. E nos dois primeiros anos do segundo governo, entre 2007 e 2008, foram 40,5 mil. Já sob Fernando Henrique Cardoso, em 1995 e 1996, foram 69,2 mil famílias assentadas.
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